A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum, apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, a infecção ainda causa grande impacto na saúde pública devido à sua alta transmissibilidade e desafios de detecção precoce. A transmissão ocorre principalmente por via sexual desprotegida e vertical, da gestante para o feto, resultando em sífilis congênita (FAGUNDES; ANDRADE; PRADO, 2025).

Verificar o perfil epidemiológico de soroconversão para sífilis de doações de sangue na região metropolitana de Belém.

Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, retrospectivo e transversal. Sendo avaliadas as doações de sangue que possuíam exame positivo confirmatório para sífilis e doações da região metropolitana de Belém referentes ao ano de 2022. A coleta de dados ocorreu no software Sistema de Banco de Sangue (SBS.WEB) da Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (HEMOPA). Tendo como parecer 23/2023 do Núcleo de Ensino e Pesquisa da Fundação.

No ano de 2022 obteve-se 53,131 doações de sangue, dentre essas 582 soroconverteram, sendo 277 para sífilis. Foi possível observar que de 263 das doações, 150 (57,04%) foram do sexo masculino e 113 (42,96%) do sexo feminino, já o estado civil, 183 (69,59%) são solteiros, 52 (19,77%) casados, 16 (6,09%) amasiados, 10 (3,80%) divorciados e 2 (0,76%) viúvos, a média da idade de maior incidencia foi a de 40‒45 anos com 47 casos (17,87%), seguido de 25‒30 com 43 casos (16,35%), 20‒25 com 34 casos (12,93%), 30‒35 com 32 casos (12,17%), 35‒40 com 31 casos (11,79%) 45‒50 com 23 casos (8,75%), 50‒55 com 22 casos (8,37%), 55‒60 com 13 casos (4,94%), 60‒65 com 12 casos (4,56%) e 65‒70 com 6 casos (2,28%). Em relação a raça/cor 10 (3,80%) são negros, 23 (8,75%) branco e 230 (87,45%) pardos, dentre essas doações 16 (6,08%) tem o 1° grau completo, 13 (4,95%) 1° grau incompleto, 142 (54,00%) 2° grau completo, 15 (5,70%) 2 ° grau incompleto, 40 (15,20%) 3° grau completo e 37 (14,07%) 3° grau incompleto.

Os achados do presente estudo corroboram a literatura, que aponta para o aumento da soroprevalência de sífilis entre doadores de sangue, especialmente em grupos mais jovens e do sexo masculino (CORTEZ et al., 2025; ZITTA KLUPPEL et al., 2021). Além disso, fatores como baixa escolaridade, cor/raça parda ou preta e primeira doação estão associados a maior prevalência de sífilis (CORTEZ et al., 2025; ZHENG et al., 2022). Dessa forma, é fundamental aprimorar as políticas de triagem, educação em saúde e recrutamento de doadores, tendo em vista a segurança transfusional e conter a disseminação da sífilis na população.