HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosOs distúrbios linfoproliferativos, como linfomas e leucemias, representam um desafio significativo para a saúde pública no Brasil, devido às suas elevadas taxas de morbimortalidade. Essas doenças figuram entre as principais causas de óbitos por câncer, sendo a leucemia a 7ª causa e os linfomas a 10ª, segundo dados do INCA. Compreender seu comportamento em regiões específicas é fundamental para subsidiar estratégias de prevenção e detecção precoce.
ObjetivosAnalisar as tendências epidemiológicas dessas doenças em um hospital oncológico de Belém-PA, com foco na prevalência por tipo histológico.
Material e métodosEstudo baseado em dados do Registro de Câncer de Base Populacional (RCBP) de Belém-PA, fornecidos pelo INCA, referentes ao período de 2015 a 2019. Foram revisados 1.186 casos, classificados por tipo histológico utilizando os códigos CID C81-99.
ResultadosObservou-se discreto predomínio no sexo masculino (52,8%; n = 626) em relação ao feminino (47,2%; n = 560). Entre os homens, a leucemia mieloide foi a mais frequente (20,61%), seguida pelas leucemias linfoides (20,45%) e pelos linfomas malignos difusos (19,49%). Nas mulheres, os linfomas malignos (19,64%) foram os mais comuns, seguidos pelos tumores de células plasmáticas (14,46%); a leucemia mieloide ocorreu em 18,39% dos casos. Esses achados refletem padrões nacionais, especialmente quanto à influência do gênero. Dados do INCA também apontam aumento sustentado na incidência de linfoma não Hodgkin (LNH) na região Norte, de 3% ao ano (2015-2019), tendência observada em Belém-PA, onde os linfomas de células B foram significativamente mais prevalentes em homens. Tumores de células plasmáticas, mais comuns em mulheres, alinham-se à tendência nacional de aumento de condições como o mieloma múltiplo, particularmente em idosos.
Discussão e conclusãoO estudo revela diferenças significativas na distribuição por gênero dos distúrbios linfoproliferativos em Belém-PA: homens são mais afetados por leucemias e linfomas de células B, enquanto mulheres apresentam maior prevalência de tumores de células plasmáticas. A leucemia mieloide foi o diagnóstico principal entre homens, e os linfomas malignos predominaram em mulheres. Esses achados corroboram as tendências nacionais, incluindo o aumento anual de 3% no LNH na região Norte. Como limitação, destaca-se a ausência de dados socioeconômicos e ambientais detalhados, o que restringe a compreensão dos fatores etiológicos. Contudo, os resultados reforçam a urgência de iniciativas de saúde pública direcionadas, como estratégias de detecção precoce e políticas regionais específicas, para enfrentar a crescente carga dessas doenças na Amazônia.




