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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 1823
Acesso de texto completo
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS REAÇÕES TRANSFUSIONAIS EM 2024: UMA PERSPECTIVA ATUALIZADA
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57
I Silva, A Silva, L Dias, P Silva, M Moraes
Grupo Gestor de Hemoterapia ‒ Grupo GSH, Brasília, DF, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

As transfusões sanguíneas são essenciais no suporte a pacientes em diversas condições clínicas. Apesar dos avanços em biossegurança, as reações transfusionais ainda representam um risco. O estudo do perfil epidemiológico desses eventos é fundamental para aprimorar a hemovigilância e promover melhorias na segurança transfusional.

Objetivos

Analisar o perfil epidemiológico das reações transfusionais notificadas em 2024, nos hospitais atendidos pelo banco de sangue do grupo GSH em Brasília (DF).

Material e métodos

Estudo retrospectivo e descritivo dos prontuários dos pacientes que apresentaram reação transfusional, nos hospitais atendidos pelo banco de sangue do grupo GSH em Brasília – DF, de janeiro a dezembro de 2024. As variáveis analisadas foram sexo, idade, diagnóstico, tipo de hemocomponente e classificação da reação.

Resultados

Foram notificadas 74 reações transfusionais nas seis agências transfusionais participantes. Do total 62% ocorreram em pacientes do sexo feminino e 36% do masculino. A faixa etária mais acometida foi de 60 a 79 anos (39%), seguida por 40 a 59 anos (24%), ≥ 80 anos (21%), 20 a 39 anos (8%) e < 20 anos (6,7%). Quanto aos hemocomponentes, as plaquetas foram responsáveis por 65% dos casos, seguidas pelas hemácias (30%), plasma e crioprecipitado (5%). Quanto ao tipo de reação, as alérgicas foram as mais prevalentes (48,6%), seguidas pelas febris não hemolíticas (41,9%). Reações menos frequentes incluíram sobrecarga volêmica (5,4%), dispneia associada à transfusão (1,4%) e outras (2,7%). Os principais diagnósticos foram doenças hematológicas e onco-hematológicas, com destaque para leucemia mieloide aguda (13,5%), plaquetopenia (12,2%), leucemia linfóide aguda (5,4%), pós transplante de medula óssea (5,4%) e síndrome mielodisplásica (4,1%). Também foram relatados casos de dengue (5,4%) e diagnósticos isolados de neoplasias sólidas (próstata, faringe, mama, reto e suprarrenal), distúrbios hemorrágicos, doenças infecciosas, complicações cardiovasculares, e condições clínicas diversas.

Discussão

Os achados são compatíveis com a literatura e refletem o perfil da população hospitalar que mais demanda transfusões no DF, predominantemente mulheres, adultos e idosos com múltiplas comorbidades. Dentre os hemocomponentes, as plaquetas já são reconhecidas como os hemocomponentes de maior risco, associada a maior carga antigênica e ao acúmulo de citocinas durante o armazenamento. As reações alérgicas são as mais comuns, seguidas das febris não hemolíticas, assim como os dados encontrados na literatura em serviços com 100% de desleucocitação. Em geral são leves e melhoram após as condutas profiláticas adotadas. A diversidade de diagnósticos reflete a complexidade dos pacientes submetidos a terapia transfusional, com destaque para os casos de neoplasias hematológicas, que representaram a maioria dos eventos adversos notificados, possivelmente em decorrência da necessidade de múltiplas e recorrentes transfusões sanguíneas.

Conclusão

O estudo permitiu identificar os perfis de maior risco para reações transfusionais, reforçando a importância de medidas preventivas, capacitação das equipes e notificação sistemática. Esses dados são fundamentais para o aprimoramento da segurança transfusional e da assistência aos pacientes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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