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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 1109
Acesso de texto completo
PERFIL DAS REAÇÕES TRANSFUSIONAIS NOTIFICADAS NA ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE DE COLETA DE SANGUE ‒ COLSAN
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EM Taguchi
Associação Beneficente de Coleta de Sangue (COLSAN), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A reação transfusional é uma resposta adversa do organismo a uma transfusão de sangue ou seus componentes, podendo variar desde manifestações leves até condições graves que ameaçam a vida do paciente. Apesar dos avanços na triagem e compatibilidade sanguínea, as reações transfusionais permanecem como eventos adversos relevantes, podendo variar em frequência, gravidade e tipo. A análise do perfil das reações é importante para o monitoramento sistemático na garantia de segurança do paciente.

Objetivos

Verificar e analisar a quantidade, gravidade e os tipos de reações transfusionais notificadas na Associação Beneficente de Coleta de Sangue ‒ COLSAN.

Material e métodos

De janeiro de 2024 a abril de 2025 foram analisados o número total de transfusões realizadas, o número de reações transfusionais identificadas, bem como suas características quanto à quantidade (frequência), gravidade e tipo. A compilação dos dados foram baseados nos eventos e reações que foram notificadas no sistema NOTIVISA, desconsiderando os quase erros (near miss). As notificações foram baseadas no Manual para o Sistema Nacional de Hemovigilância de 2022.

Resultados

Nestes 16 meses analisados de janeiro de 2024 a abril de 2025 foram transfundidos 269.788 hemocomponentes nos hospitais que realizamos atendimento como agência transfusional. Houve a identificação e notificação de 980 reações transfusionais, correspondendo a 0,36% do total das transfusões. Cerca de 84,7% (830) foram reações imediatas, ou seja, identificadas em até 24 horas após a transfusão e 15,3% (150) foram identificadas após 24 horas. Em relação à gravidade, a grande maioria foi considerada leve, 84,89 % (832), seguida de moderada, 11,84% (116) e 3,27% (32) foram consideradas graves. Não houve nenhum óbito atribuído à transfusão neste período analisado. O principal hemocomponente envolvido nas reações foi o concentrado de hemácias, 84,28% (826), 12,35% (121) foi nas transfusões de plaquetas, 3,26% (32) foi com plasma fresco congelado e apenas 1 reação foi com crioprecipitado, correspondendo 0,10% dos hemocomponentes. Os principais tipos de reações notificadas foram as febris não hemolíticas, 48,16% (472), reações alérgicas leves com 24,80% (243) e as aloimunizações com 15,10% (148), as demais reações como sobrecarga circulatória (TACO), alérgica moderada e grave, hemolítica aguda imune, TRALI, hipotermia e outros correspondem á 11,94% (117).

Discussão e conclusão

Os dados demonstram que as reações transfusionais podem ocorrer, embora a maioria seja leve e facilmente tratável. O resultado de 0,36% está abaixo de trabalhos publicados que demonstram uma média de notificação que varia de 1 á 3% das transfusões, evidenciando uma possível subnotificação, possivelmente de casos leves. A compreensão detalhada da quantidade, gravidade e tipo dessas reações é fundamental para aprimorar os protocolos clínicos e laboratoriais, promovendo maior segurança aos pacientes. Investimentos em treinamento da equipe para o reconhecimentos das reações, melhorias nos processos de triagem e monitoramento contínuo são essenciais para minimizar os riscos associados às transfusões sanguíneas.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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