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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 2771
Acesso de texto completo
PERFIL DAS REAÇÕES TRANSFUSIONAIS IMEDIATAS EM UM HOSPITAL PRIVADO NO RIO DE JANEIRO
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Red Almeida, KBLB Buratta, JdFMd Costa, KAd Motta, F Akil
Grupo Gestor de Hemoterapia ‒ Grupo GSH, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A transfusão é um procedimento útil à medicina moderna, mas não é isenta de risco. Embora os benefícios superem os riscos, é crucial estar atento às complicações, como reações transfusionais.

Objetivos

Avaliar ocorrência de reações transfusionais imediatas notificada em um hospital privado na cidade do Rio de Janeiro, atendido pelo Grupo Gestor de Serviços de Hemoterapia (GSH) no período de julho de 2017 a julho de 2025.

Material e métodos

Estudo observacional retrospectivo através de notificações exportadas do Sistema de Notificações para a Vigilância Sanitária, Notivisa, e levantamento de dados a partir do Sistema de Gestão Hemoterápica (RealBlood), prontuário eletrônico hospitalar (WPD), e mapas de trabalho do serviço de hemoterapia. A pesquisa abrangeu os pacientes transfundidos no período de julho de 2017 a julho de 2025, avaliando casos suspeitos de eventos adversos transfusionais por análise estatística descritiva de variáveis clínicas e epidemiológicas: sexo, idade, patologia, hemocomponente envolvido, sinais e sintomas, gravidade, tipo de reação adversa. Os dados foram reunidos em planilhas do software Microsoft Excel.

Discussão e conclusão

De julho de 2017 a julho de 2025 foram transfundidos 17.668 hemocomponentes, sendo 8332 Concentrados de Hemácias (CH), 6817 Concentrados de Plaquetas (CP), 1772 Plasmas Frescos (PF), e 747 Crioprecipitados (CR). Todos os componentes celulares eram deleucotizados. A maioria das transfusões ocorreu no CTI (77,5%). Foram encontrados 81 registros de eventos adversos em 74 pacientes transfundidos, mas em apenas 92,6% dos casos se constituiu uma correlação causal. Quanto à patologia de base, as doenças onco-hematológicas ou oncológicas estiveram presentes em 41,3% e as causas hemorrágicas em 10,7% dos casos. No período, 271(1,53%) hemocomponentes foram implicados em reação transfusional, sendo CP o hemocomponente numericamente mais implicado a eventos adversos (69,7%). Em 48,5% dos eventos, os pacientes exibiram mais de um sintoma, sendo as manifestações mais frequentes implicadas a prurido com ou sem urticária e sintomas respiratórios. A reação transfusional mais frequente foi a alérgica (50,7%), sendo TACO e Tralli identificados em 12% e 1,3%, respectivamente, dos casos. A ocorrência de TACO se concentrou em pacientes com idade superior a 82 anos e em condições de volume alto de hemocomponentes e/ou comorbidades renais ou cardíacas. Não houve óbitos associados à transfusão. Houve maior prevalência de reações no sexo feminino (51,9%), com média de idade de 63,4 anos, enquanto que no sexo masculino essa média foi de 73,3. Houve predomínio do sexo feminino e pacientes onco-hematológicos (26,7%). O CP foi mais associado aos incidentes transfusionais, provavelmente, por sua maior utilização neste público. As reações transfusionais agudas registradas foram em sua maioria leves (86,6%) e do tipo alérgica (50,7%) caracterizadas por urticária, prurido e eritema, durante a transfusão ou imediatamente após. A ocorrência de TACO, uma reação transfusional prevenível, aponta para importância de cuidados relacionados ao volume, velocidade de infusão e idade/morbidade de pacientes, sobretudo os com doenças cardíacas ou renais preexistentes. Os resultados corroboram a literatura quanto ao tipo e frequência das reações transfusionais e a importância da deleucotização para a segurança e qualidade da assistência hemoterápica.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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