Compartilhar
Informação da revista
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 1839
Acesso de texto completo
PEPTIDÔMICA CLÍNICA E POTENCIAL APLICAÇÃO AO DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DA LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA: ABORDAGEM POR ESPECTROMETRIA DE MASSA E APRENDIZADO DE MÁQUINA
Visitas
45
DF Coutinho, F Favretto, LFP Ramos, ACS Batista, JCC Rosa, FT de Araújo, HCP Figueiredo, MTQ de Magalhães, AdP Sabino
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

Mais dados
Introdução

A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é uma neoplasia hematológica caracterizada pela proliferação descontrolada de precursores linfoides. A presença do cromossomo Philadelphia (Ph) confere pior prognóstico, reforçando a necessidade de ferramentas moleculares complementares para sua identificação. A integração entre peptidômica clínica, espectrometria de massa e aprendizado de máquina oferece uma abordagem inovadora para a identificação de potenciais biomarcadores plasmáticos e estratificação molecular em contextos clínicos.

Objetivos

Comparar o perfil peptídico plasmático de pacientes com LLA em relação a indivíduos saudáveis e explorar possíveis diferenças associadas à presença do cromossomo Philadelphia.

Material e métodos

Foram analisadas amostras de plasma de 16 pacientes com LLA, dos quais 6 eram Philadelphia positivo (Ph+) e 10 Philadelphia negativo (Ph–), atendidos no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG), além de 15 indivíduos controles saudáveis, pareados por idade e sexo. Os espectros foram obtidos por espectrometria de massa do tipo Matrix-Assisted Laser Desorption/Ionization – Time of Flight (MALDI-TOF) e processados no software R com os pacotes MALDIquant e MALDIquantForeign, incluindo transformação logarítmica, suavização (Savitzky-Golay), correção de baseline (TopHat), normalização por TIC, alinhamento e binning. A matriz de intensidades resultante foi utilizada em testes estatísticos não paramétricos (Mann-Whitney) e na análise de componentes principais (PCA), bem como em análises supervisionadas por meio de árvores de decisão (CHAID) e regressões logísticas binárias. Para o subgrupo Ph, comparou-se a distribuição dos íons entre os grupos Ph + e Ph – utilizando o teste de Wilcoxon.

Resultados

Após o processamento espectral das amostras de plasma por MALDI-TOF/MS, que inclui etapas de transformação, suavização, correção de baseline, normalização, alinhamento e binning, foi gerada a matriz de intensidades utilizada nas análises comparativas entre pacientes com LLA e indivíduos controles. A partir dessa matriz, aplicou-se uma abordagem supervisionada, que revelou dois íons com diferenças estatisticamente significativas entre os grupos (p < 0,001): um deles apresentou intensidade aumentada nos pacientes com LLA, enquanto o outro foi mais abundante nos controles. A análise entre os subgrupos Ph + e Ph – indicou diferenças peptídicas relevantes, com significância estatística pelo teste de Wilcoxon. A análise PCA reforçou essa diferenciação, evidenciando um agrupamento parcial dos pacientes conforme a presença da mutação Ph, ainda que o número amostral reduzido limite conclusões definitivas.

Discussão e conclusão

A abordagem peptidômica demonstrou capacidade de discriminar pacientes com LLA de indivíduos saudáveis com base em assinaturas plasmáticas. As diferenças observadas entre os subgrupos Ph + e Ph -, embora preliminares, indicam o potencial da técnica para estratificação molecular. Os achados observados entre os subgrupos Philadelphia positivo e negativo demonstram o potencial da abordagem peptidômica na estratificação molecular da LLA, constituindo base sólida para o desenvolvimento de modelos preditivos em estudos futuros com coortes ampliadas. O estudo identificou dois íons com potencial diagnóstico na LLA, reforçando a aplicabilidade da peptidômica clínica como ferramenta não invasiva.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas