HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosNo contexto das análises clínicas são preconizados ensaios que objetivam a avaliação da função plaquetária por meio da ativação de receptores específicos, de forma a auxiliar no diagnóstico preciso de distúrbios hemostáticos, monitoramento terapêutico e consequentemente contribuindo na elucidação de um manejo clínico adequado. Desta forma, apesar de funcionais, os testes atuais que utilizam trombina como indutor, visando avaliação de processos hemorrágicos e monitoramento de fármacos como o vorapaxar, acabam sendo influenciados por outros receptores devido a ação não específica deste agonista. Por outro âmbito, o receptor de serotonina plaquetário 5-HT2A, recebeu destaque após a American Heart Association (AHA, 2021) realizar uma publicação sobre o potencial uso de um novo fármaco, o Sarpogrelato, como antiplaquetário. Deste modo, é necessário o desenvolvimento de protocolos capazes de avaliar a função plaquetária para o monitoramento terapêutico e farmacológico de diferentes vias.
ObjetivosO objetivo deste trabalho consiste na padronização de diferentes protocolos para avaliação da função plaquetária, sendo eles: teste para o Receptor Ativado por Protease do tipo 1 plaquetário (PAR−1), utilizando como indutor o hexapeptídeo sintético SFLLRN para a implementação de uma técnica capaz de superar as limitações do uso de indutores inespecíficos na clínica; e teste para a avaliação de 5HT2A, visando o desenvolvimento de um novo protocolo funcional e reprodutível para o monitoramento e prospecção de novas alternativas terapêuticas para a trombose.
Material e métodosO sangue foi coletado de doadores saudáveis (n = 6) de até 40 anos, sem distinção de sexo, utilizando-se sistema a vácuo com auxílio de Scalp 21G e tubos de 4 mL (citrato 3,2%). O Plasma Rico em Plaquetas (PRP) foi obtido por centrifugação do sangue a 800 rpm, por 10 minutos, enquanto o Plasma Pobre em Plaquetas (PPP), por centrifugação do PRP a 3500 rpm por 15 minutos. A função plaquetária via PAR-1 foi induzida com o agonista sintético SFLLRN [30 μM] ‒ doação de Charles Craik, UCSF (USA) ‒ enquanto para a via de 5HT2A foi realizada uma pré indução com dose sublimiar de ADP [0,5 μM] e ativação com Serotonina [15 μM]. O monitoramento foi realizado através de ensaios de Agregação por Transmitância de Luz (LTA) utilizando agregômetro Chronolog® Model 560. De forma a estabelecer um controle para os testes o composto SCH 79797, inibidor de PAR-1, e Sarpogrelato, inibidor de 5HT2A, foram avaliados através do IC50. Análise estatística: média e desvio padrão; One-way ANOVA (método de Tukey). Todos os procedimentos foram aprovados pelo Comitê de Ética do HUCFF.
ResultadosO estudo realizado permitiu o estabelecimento de um protocolo eficaz para avaliação de PAR-1, utilizando SFLLRN como indutor. Além disso, a comparação entre trombina e o peptídeo sintético possibilitou analisar vantagens e desvantagens de cada agonista. Também foi possível desenvolver um protocolo para a avaliação da via de 5HT2A capaz de rastrear padrões de inibição, tanto para o monitoramento terapêutico quanto para ensaios de prospecção de novas alternativas terapêuticas para a trombose.
Discussão e ConclusãoOs protocolos desenvolvidos proporcionaram facilidade e reprodutibilidade dos ensaios, apresentando avaliações específicas dos receptores e se destacando pela boa eficácia em ensaios com PRP, resultando em protocolos funcionais e consistentes para análise da agregação mediada por PAR-1 e 5HT2A (CAAE:80746224.2.0000.5257).
Apoio financeiroCAPES, CNPq, FAPERJ, UFRJ.




