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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 3413
Acesso de texto completo
O PAPEL DO HEMOGRAMA NO DIAGNÓSTICO E MANEJO DE INFECÇÕES VIRAIS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
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LG De Oliveira Costaa, VF Xavier Laurindo da Silvaa, CS Da Silva Oliveiraa, GP Bernardesa, BV Rezende E Almeidab, KDO Resende Borgesc, GM Resende E Almeidab
a Universidade do Estado do Pará (UEPA), Belém, PA, Brasil
b Centro Universitário IMEPAC, Uruguari, MG, Brasil
c Oncológica Tapajós, Santarém, PA, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

O hemograma, exame amplamente disponível e de baixo custo, desempenha papel central na avaliação inicial de pacientes com suspeita de infecção viral. Alterações quantitativas e morfológicas em leucócitos, plaquetas e hemácias podem indicar fase evolutiva da infecção, gravidade e risco de complicações, contribuindo para o diagnóstico, a estratificação prognóstica e o seguimento terapêutico. Em doenças como dengue, influenza e COVID-19, padrões hematológicos específicos têm se mostrado úteis para orientar condutas clínicas e prever desfechos adversos.

Objetivos

Revisar e analisar, de forma sistemática, as alterações hematológicas observadas no hemograma durante infecções virais, discutindo seus mecanismos fisiopatológicos, relevância diagnóstica e limitações, com base nas evidências disponíveis na literatura científica.

Material e métodos

Realizou-se revisão sistemática da literatura abrangendo estudos publicados entre janeiro de 2015 e julho de 2025, nas bases PubMed, SciELO e LILACS, utilizando os descritores “complete blood count”, “hemogram”, “viral infection”, “diagnosis”, “prognosis” e “management”. Incluíram-se artigos originais e revisões que correlacionassem alterações hematológicas a infecções virais confirmadas. Foram excluídos estudos experimentais em animais, trabalhos sem dados hematológicos quantitativos, relatos de caso isolados, duplicatas e publicações sem acesso integral.

Discussão e conclusão

Foram selecionados 27 estudos. Em dengue, identificou-se plaquetopenia significativa e hemoconcentração como marcadores de risco para sangramento e choque. Na COVID-19, a linfopenia esteve presente em grande parte dos casos e associou-se a maior gravidade clínica, enquanto a neutrofilia e a relação neutrófilo-linfócito elevada se destacaram como preditores de mortalidade. Em influenza A(H1N1), observou-se leucocitose com linfopenia relativa em casos graves. Revisões recentes destacam ainda alterações no volume plaquetário médio e na morfologia linfocitária como potenciais indicadores prognósticos. O hemograma se consolida como exame inicial estratégico no manejo de infecções virais, capaz de antecipar risco de complicações antes da confirmação laboratorial específica. A plaquetopenia e a hemoconcentração na dengue, a linfopenia na COVID-19 e a linfopenia relativa na influenza são parâmetros úteis para intervenção precoce. Entretanto, coinfecções, comorbidades e uso de medicamentos mielossupressores podem interferir na interpretação. Ainda há lacunas na padronização de pontos de corte e na aplicação de parâmetros morfológicos detalhados em algoritmos clínicos. O hemograma permanece como ferramenta diagnóstica e prognóstica valiosa, de fácil acesso e baixo custo, no contexto das infecções virais. A incorporação de parâmetros específicos em protocolos assistenciais pode otimizar condutas e reduzir morbimortalidade. Estudos multicêntricos são necessários para validar combinações de marcadores hematológicos como preditores robustos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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