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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 2931
Acesso de texto completo
O DESAFIO DE GERENCIAR COAGULOPATIAS EM PACIENTES COM TRAUMA E LESÃO CEREBRAL TRAUMÁTICA: UMA REVISÃO NARRATIVA
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22
CSDS Oliveiraa, LGDO Costaa, BVR E Almeidab, KDOR Borgesc, GR E Almeidad, SCDC Filhoa
a Universidade do Estado do Pará (UEPA), Santarém, PA, Brasil
b IMEPAC, Araguari, PA, Brasil
c Oncológica Tapajós, Santarém, PA, Brasil
d Oncomaster - Santa Isabel do Pará, Santarém, PA, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A Coagulopatia Induzida pelo Trauma (TIC) é causa importante de mortalidade potencialmente evitável e, na lesão Cerebral Traumática (TCE), está associada à expansão hemorrágica e piores desfechos neurológicos. Estratégias atuais combinam ácido tranexâmico (TXA) precoce, protocolos de ressuscitação hemostática guiada por metas e testes viscoelásticos (VHA), mas há variação significativa entre centros. Esta revisão narrativa reúne e analisa a literatura recente sobre diagnóstico e manejo da TIC no contexto do TCE, com foco em recomendações baseadas em evidências.

Objetivos

Objetivo do estudo é descrever evidências publicadas entre janeiro de 2019 e julho de 2025 sobre diagnóstico e tratamento da coagulopatia em trauma, com ênfase no TCE.

Material e métodos

Realizou-se busca nas bases PubMed, SciELO e LILACS usando as palavras-chave (“trauma- induced coagulopathy” OR “acute traumatic coagulopathy” OR coagulopathy) AND (“traumatic brain injury” OR TBI) AND (“management” OR “guideline” OR “viscoelastic” OR “TEG” OR “ROTEM” OR “tranexamic” OR “massive transfusion”). Foram excluídos estudos fora do escopo, sem dados clínicos quantitativos, duplicados, sem acesso ao texto integral, relatos de caso únicos, revisões sistemáticas resumos de congresso sem dados completos.

Discussão e Conclusão

A Diretriz Europeia de 2023 apresentou 39 recomendações para manejo da TIC, incluindo uso de VHA para guiar transfusão e reposição de fibrinogênio. O ensaio clínico CRASH-3 incluiu 12.737 pacientes com TCE e mostrou que TXA administrado até 3 horas reduziu a mortalidade em 12% nos casos leves a moderados com pupilas reativas, sem elevação nos eventos trombóticos (≈1,5%). Estudos apontaram que TEG (Tromboelastografia) e ROTEM (Tromboelastometria) reduzem uso desnecessário de hemocomponentes (20%‒25%) e aceleram decisões terapêuticas. Evidenciou-se que D-dímero elevado, INR prolongado e plaquetopenia associam-se à expansão de hematoma no TCE. As evidências sustentam uma abordagem de “hemostasia dirigida por danos” com TXA precoce em casos selecionados, VHA para orientar reposição específica de fatores e correção rápida de acidose, hipotermia e hipocalcemia. O CRASH-3 reforça a janela terapêutica do TXA e a segurança de seu uso. O VHA, conforme recomendado por Maegele et al., permite personalizar o tratamento e evitar transfusão excessiva. Entretanto, a heterogeneidade nos protocolos e a ausência de validação multicêntrica para TCE isolado dificultam padronização. Biomarcadores como D-dímero podem contribuir para estratificação de risco, mas necessitam validação clínica e integração a protocolos existentes.O manejo da coagulopatia no trauma e TCE deve integrar TXA precoce quando indicado, ressuscitação guiada por metas com VHA e protocolos padronizados para correção rápida de distúrbios associados. A adoção mais ampla requer validação multicêntrica, definição de alvos viscoelásticos e adaptação às realidades assistenciais.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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