HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA trombocitopenia neonatal, especialmente nas formas imunológicas como a aloimune (TNAI) e a autoimune, representa importante causa de morbimortalidade em neonatos, particularmente naqueles admitidos em UTIs. (FERNANDES, 2025b). A TNAI, causada por incompatibilidade de antígenos plaquetários feto-maternos, é a principal responsável por trombocitopenia grave e hemorragia intracraniana em recém-nascidos a termo (PAIDAS, 2025).
ObjetivosEste trabalho objetiva revisar as evidências atuais sobre a fisiopatologia e as estratégias terapêuticas para a Trombocitopenia Neonatal Aloimune (TNAI) e a trombocitopenia autoimune neonatal, a fim de guiar a prática clínica e reduzir a morbimortalidade associada.
Material e métodosFoi realizada uma revisão da literatura nas bases UptoDate, LILACS, SciELO e PubMed, utilizando os descritores: “doenças do recém-nascido”, “transtornos plaquetários”, “púrpura trombocitopênica idiopática” e “trombocitopenia aloimune neonatal”. A busca inicial identificou 2.029 publicações, das quais 4 estudos foram selecionados para análise, com base em critérios de relevância e elegibilidade.
Discussão e conclusãoA literatura analisada destaca que, nos casos graves de trombocitopenia neonatal, o tratamento baseia- se em transfusões de plaquetas e Imunoglobulina Intravenosa (IVIG) (PAIDAS, 2025). Na TNAI, recomenda-se abordagem pré-natal proativa com IVIG materna e limiares transfusionais pós-natais de < 30.000 µL em neonatos estáveis e < 100.000 µL na presença de hemorragia intracraniana, preferencialmente com plaquetas maternas ou compatíveis com HPA (FERNANDES, 2025a). Já na forma autoimune, adota-se conduta pós-natal mais conservadora, com transfusões indicadas quando < 20.000 µL, devido ao menor risco hemorrágico e à eficácia limitada de plaquetas randômicas frente à polirreatividade dos autoanticorpos (FERNANDES, 2025a). A distinção etiológica é crucial, pois direciona o manejo: a TNAI exige intervenção precoce e individualizada, enquanto a forma autoimune permite conduta mais expectante (LOWE, 2025). A diferenciação entre TNAI e trombocitopenia autoimune é fundamental para definir a conduta terapêutica e o prognóstico neonatal. A TNAI, por seu potencial elevado de gravidade, demanda intervenções pós-natais imediatas e estratégias profiláticas em futuras gestações. Já a trombocitopenia autoimune, de evolução geralmente mais benigna, permite manejo mais conservador. Assim, um diagnóstico preciso, baseado em critérios clínicos e sorológicos, orienta intervenções adequadas e melhorar os desfechos clínicos.
Referências:
Fernandes CJ. Neonatal immune-mediated thrombocytopenia. In: Garcia-Prats, J. A.; O'brien, S.; Tehrani, N. (ed.). UpToDate. Waltham, MA: UpToDate Inc., 2025a. Disponível em: http://www.uptodate.com. Acesso em: 10 jul. 2025.
Fernandes CJ. Neonatal thrombocytopenia: Etiology. In: Garcia-Prats JA; O'brien S; Tehrani N. (ed.). UpToDate. Waltham, MA: UpToDate Inc., 2025b. Disponível em: http://www.uptodate.com. Acesso em: 10 jul. 2025.
Lowe G, et al. Inherited Platelet Function Disorders (IPFDs). In: Crowther M; Tirnauer JS. (ed.). UpToDate. Waltham, MA: UpToDate Inc., 2025. Disponível em: http://www.uptodate.com. Acesso em: 10 jul. 2025.
Paidas MJ. Fetal and neonatal alloimmune thrombocytopenia: Parental evaluation and pregnancy management. In: Wilkins-Haug L, Eckler K. (ed.). UpToDate. Waltham, MA: UpToDate Inc., 2025. Disponível em: http://www.uptodate.com. Acesso em: 10 jul. 2025.




