HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune sistêmica com disfunção imunológica e múltiplas manifestações clínicas, como alterações hematológicas, otorrinolaringológicas, renais e cardiovasculares. Nesse cenário, o diagnóstico precoce é essencial para melhorar os desfechos terapêuticos, tais como os biomarcadores, especialmente os de origem imunológica que têm se mostrado ferramentas promissoras no auxílio ao diagnóstico e na compreensão dos mecanismos fisiopatológicos do LES, contribuindo para um controle clínico mais eficaz.
ObjetivosInvestigar as repercussões do LES, com foco nas manifestações hematológicas e otorrinolaringológicas, além de avaliar seu impacto na qualidade de vida dos pacientes.
Material e métodosPesquisa bibliográfica realizada nas bases de dados PubMed e LILACS, com seleção de artigos em inglês e português.
ResultadosUm estudo colombiano avaliou a ocorrência de anemia em pacientes com LES, identificando a anemia da inflamação crônica como a forma mais prevalente. Pela primeira vez, também foi determinada a prevalência de anemia megaloblástica nessa população. Além disso, observou-se um aumento na probabilidade de mortalidade entre pacientes com anemia ferropriva, aspecto que merece atenção na prática clínica. Complementarmente, outro estudo destacou outras possíveis manifestações clínicas do LES, incluindo distúrbios auditivos, ulcerações recorrentes de mucosa e disfunção do nervo trigêmeo. Tais manifestações demonstram o comprometimento sistêmico do LES e seu impacto direto e negativo na qualidade de vida dos pacientes.
Discussão e conclusãoA qualidade de vida dos pacientes com LES é diretamente e negativamente afetada pelas manifestações sistêmicas, com destaque para as alterações hematológicas e otorrinolaringológicas. A anemia, por exemplo, é comum e pode causar fraqueza intensa, dificultando a realização de atividades cotidianas. Já no âmbito otorrinolaringológico, muitos pacientes podem apresentar perda auditiva neurossensorial, uni ou bilateral, que afeta principalmente as frequências médias e altas. Além disso, alguns indivíduos podem desenvolver neuralgia do nervo trigêmeo, caracterizada por dores faciais intensas, súbitas e unilaterais, frequentemente descritas como choques elétricos ou pontadas. Esses episódios dolorosos podem ser desencadeados por estímulos simples, como tocar o rosto, mastigar, falar ou escovar os dentes. O avanço nas técnicas de diagnóstico precoce, especialmente por meio do uso de biomarcadores, é essencial para melhorar os resultados terapêuticos e favorecer a qualidade de vida dos pacientes com lúpus. Os critérios de classificação do LES, adotados pelo Colégio Americano de Reumatologia, envolvem diversos marcadores laboratoriais, como anemia hemolítica com reticulocitose, leucopenia, linfopenia, plaquetopenia, proteinúria, anticorpos anti-Sm, anti-DNA, Anticorpos Antinucleares (ANA), alterações nos níveis dos componentes do complemento (C2, C3 e C4) e a presença de células Lúpicas Eritematosas (células LE). Assim, a combinação desses critérios com a avaliação clínica permite um diagnóstico mais preciso e precoce, fundamental para o manejo adequado da doença e para a adoção de estratégias terapêuticas que visam reduzir complicações e promover o bem-estar dos pacientes. Em suma, tal estudo abordou impactos na qualidade de vida do paciente. Portanto, reforça-se a importância da investigação contínua sobre os efeitos sistêmicos do LES, a fim de promover um cuidado mais eficaz, individualizado e centrado no paciente.




