Compartilhar
Informação da revista
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 2197
Acesso de texto completo
LINFOMA DE CÉLULAS T LEUCEMIZADO ASSOCIADO AO HTLV-I COM QUADRO DE SEPSE E HIPERCALCEMIA MALIGNA
Visitas
23
SHV Oliveira, IP Matosinhos, ALGP Fonseca, ACCB Antão, JM Souza
Hospital Federal dos Servidores do Estado, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

Mais dados
Introdução

O linfoma de células T adulto (ATL) é uma neoplasia linfoproliferativa rara, fortemente associada à infecção pelo HTLV-I. Sua forma leucemizada é agressiva e pode cursar com manifestações sistêmicas graves, como hipercalcemia maligna e sepse. O diagnóstico precoce e o manejo multidisciplinar são fundamentais para o prognóstico.

Descrição do caso

Paciente feminina, 37 anos, previamente hígida, diagnosticada com linfoma de células T associada à sorologia reagente para HTLV-I em novembro de 2024. Não havia sinais de infiltração de medula óssea ao anatomopatológico. Foi submetida a protocolo CHOP à época, alcançando remissão de doença. Seis meses após o término da quimioterapia, a paciente retorna com piora do estado geral, hiperleucocitose e hipercalcemia maligna. A análise do sangue periférico mostrou células linfoides com morfologia de flower cells, células convolutas e cerebriformes permitindo o diagnóstico de leucemização de neoplasia prévia. O estudo imunofenotípico mostrou 76,43% de linfócitos T com o seguinte perfil: CD3 fraco, CD4+, CD45RO+ e CD25 heterogêneo, compatível com ATL. Iniciou protocolo de citorredução COAP, seguido de quimioterapia com protocolo BFM para LLA. Recebeu alta para continuidade do tratamento de forma ambulatorial, porém retornou em menos de uma semana com relato de nova piora do estado geral, vômitos, diarreia e calafrios. À admissão apresentava sinais clínicos de sepse, hipercalcemia grave (Ca 14,5 mg/dL), leucocitose com predomínio de neutrófilos, elevação de enzimas hepáticas e de LDH (1.181 U/L). Iniciado tratamento empírico para quadro infeccioso e medidas de correção de hipercalcemia, entre elas o uso de ácido zoledrônico. Segue internada com proposta de mudança na estratégia de tratamento quimioterápico, conforme resposta clínica.

Conclusão

O ATL é uma neoplasia linfoproliferativa associada ao HTLV-I, mais prevalente em regiões endêmicas como o Japão, Caribe e partes do Brasil. Sua apresentação leucemizada costuma ser agressiva, com alta carga tumoral, hipercalcemia recorrente e risco infeccioso elevado. Apesar de, no diagnóstico inicial, não terem sido observados sinais claros de infiltração de medula óssea, estudos demonstram que o comprometimento medular pode estar presente de forma subclínica ou mínima, detectável apenas por métodos mais sensíveis como imunofenotipagem ou biologia molecular, não realizados de forma rotineira ou protocolar no linfoma. Esse envolvimento pode permanecer latente e, sob determinadas circunstâncias — como recaída ou progressão da doença —, manifestar-se como leucemização franca. Este caso evidencia a evolução potencialmente rápida e agressiva do ATL, especialmente quando ocorre leucemização, mesmo em pacientes inicialmente sem sinais evidentes de infiltração medular. As complicações observadas, como hipercalcemia maligna recorrente e sepse grave, reforçam a necessidade de monitoramento contínuo e de reavaliação diagnóstica precoce frente a sinais de progressão.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas