HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA leucemia é uma das neoplasias hematológicas mais comuns na população infantil. Este estudo visa abordar a epidemiologia e a morbimortalidade da leucemia pediátrica no Brasil, analisando dados de internações e tratamentos nos últimos 5 anos.
ObjetivosAnalisar o perfil epidemiológico das internações de crianças menores de 19 anos por Leucemia no Brasil no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2024.
Material e métodosRealizou-se um estudo descritivo, retrospectivo e quantitativo com base nos dados secundários fornecidos pelo Sistema de Informações Hospitalares (SIH), do Departamento de informática do SUS (DATASUS). Neste estudo, foram incluídos dados referentes a internações de indivíduos entre 1 e 19 anos diagnosticados com Leucemia.
Discussão e conclusãoNo Brasil, nos últimos 5 anos, foram registradas 126.768 internações pediátricas por leucemia. Ao analisarmos as regiões brasileiras, a Sudeste foi a que apresentou o número mais elevado de casos, 37,2% (n = 47.185), seguida pela região Nordeste, 30,1% (n = 38.166), pelo Sul, 16,2% (n = 20.627), pelo Norte, 8,8% (n = 11.161) e pelo Centro-Oeste 7,5% (n = 9.629). No ano de 2019, foram registrados 20.035 casos, seguido por uma diminuição em 2020, com 19.285 registros, e depois um aumento contínuo dos casos até 2024, com 23.313 casos. Em relação à idade, pacientes de 1 a 4 anos de idade representaram a maioria dos casos de leucemia, correspondendo a 30,6% (n = 38.857), seguido do grupo de 5 a 9 anos, 30,1% (n = 38.249), 10 a 14 anos, 21,9% (n = 27.830), 15 a 19 anos, 15,7% (n = 19.948) e menor de 1 ano, 1,4% (n = 1.884). Na análise de cor/raça, a população parda apresentou maior prevalência, com 49,8% (n = 63.179), brancos, 37,3% (n = 47.360), preta, 2,8% (n = 3.620), amarela, 0,4% (n = 617), indígena, 0,2% (n = 328) e sem informação, 9,2% (n = 11.664). Quanto ao sexo, o masculino apresentou 58,5% (n = 74.182) dos casos, tendo sido mais prevalente que o feminino. Quanto à evolução do quadro clínico, cerca de 1,9% (n = 2.483) evoluíram a óbito, sendo a maioria na região Nordeste, 38,1% (n = 947) e masculina, 57% (n = 1.417). A análise mostra que a leucemia pediátrica apresentou maior número de internações na Região Sudeste, seguida pelo Nordeste, com predomínio no sexo masculino e maior incidência em crianças na faixa etária de 1 a 4 anos. Observou-se um declínio no número de casos em 2020, seguido por crescimento progressivo até 2024, o que pode refletir variações no acesso ao diagnóstico e tratamento, bem como um possível impacto das internações por COVID-19 na redução das hospitalizações por outras condições. A maior mortalidade foi registrada na Região Nordeste e entre pacientes do sexo masculino, indicando as diferenças regionais no manejo da doença. Esses achados reforçam a necessidade de aprimorar as políticas públicas de prevenção e diagnóstico precoce da leucemia infantil no Brasil.




