HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA segurança transfusional é fundamental para prevenir erros e incompatibilidades. A dupla checagem manual, embora amplamente utilizada, está sujeita a falhas humanas. A adoção da dupla checagem informatizada, com uso de prontuário eletrônico, códigos de barras e alertas automáticos, fortalece o processo ao permitir validação em tempo real, rastreabilidade completa e redução de eventos adversos. O Hospital Unimed Sul Capixaba (HUSC), instituição 100% digital com certificação HIMSS 7 o mais alto nível de maturidade tecnológica em saúde, adota essa tecnologia como parte de seu compromisso com a segurança do paciente. Em parceria com o Grupo GSH, gestor da cadeia do sangue, o hospital busca excelência nos processos hemoterápicos por meio de inovação e qualidade.
ObjetivosAvaliar a eficácia da dupla checagem informatizada no processo transfusional, verificando como a automação da validação de dados como identificação do paciente, compatibilidade sanguínea e especificação dos hemocomponentes impacta na segurança, precisão e rastreabilidade da transfusão.
Material e métodosA análise inicial de dados de checagem à beira do leito, monitorados em tempo real por um sistema de Business Intelligence (BI), revelou oportunidades de melhoria. Foi então implantada uma nova rotina informatizada, estruturando uma cadeia fechada de dados, com integração entre etapas e maior controle. Ao ser solicitada a transfusão pelo sistema eletrônico, são realizados os exames pré-transfusionais. Após a liberação dos resultados, os hemocomponentes são vinculados ao paciente por um código único de doação. Na etapa de dupla checagem, à beira do leito, a leitura da pulseira do paciente confirma sua identidade, e a leitura do código da bolsa verifica automaticamente a compatibilidade, garantindo conformidade total do processo.
ResultadosA dupla checagem com códigos de barras já era adotada, mas a implementação da vinculação automatizada entre paciente e hemocomponente elevou significativamente a adesão ao processo. Em 2024, a média de checagens à beira do leito era de 86%, com oscilações pontuais. Com a nova rotina informatizada, a conformidade atingiu 100%. A checagem automatizada reduz drasticamente as chances de erro e previne eventos adversos graves, como reações hemolíticas. O sistema realiza validações instantâneas e oferece suporte à decisão clínica, funcionando como uma barreira adicional de segurança. Alertas automáticos são ativados diante de qualquer inconsistência, proporcionando ação imediata. A associação exclusiva entre cada unidade de sangue e o paciente garante rastreabilidade total, aumentando a confiabilidade do processo transfusional e fortalecendo a qualidade assistencial.
Discussão e conclusãoA implementação da dupla checagem informatizada mostrou-se altamente eficaz na promoção da segurança transfusional. A prática contribui significativamente para a prevenção de falhas e reforça a cultura de segurança institucional. A combinação entre tecnologia, rastreabilidade e protocolos rígidos torna-se, assim, um pilar essencial na gestão moderna da hemoterapia.




