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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 2823
Acesso de texto completo
INIBIÇÃO DO EIXO IGF1R–IRS1/2 COMO ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA NA LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA FLT3-ITD
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D Bastos Santos, MA de Melo, F Traina
Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A reprogramação metabólica é uma característica do câncer, essencial para sustentar a leucemogênese e promover a resistência às terapias. Na leucemia mieloide aguda (LMA), a alta dependência da glicólise e da fosforilação oxidativa (OXPHOS) está frequentemente associada a prognósticos ruins, e a inibição do metabolismo mitocondrial demonstrou ser uma oportunidade terapêutica. A mutação FLT3-ITD desvia o metabolismo da glicose para o ciclo de Krebs. A via da insulina, composta pelo receptor de insulina (INSR), pelo receptor do fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1R) e pelos substratos do receptor de insulina (IRS1-4), é ativada pelo IGF1 e pelo IGF2. A via da insulina regula as vias PI3K-AKT-mTOR, RAS-RAF-MEK-ERK e MAPK, que promovem a proliferação, a captação de glicose e a evasão da apoptose.

Objetivos

O objetivo deste estudo foi investigar e comparar a expressão gênica dos componentes da via de insulina em LMA e os efeitos dos inibidores IGF1R-IRS1/2 e FLT3 em neoplasias mieloides com mutações FLT3.

Material e métodos

Foram empregadas análises in silico (The Humam Protein Atlas para análise da expressão dos alvos pelos tecidos, TCGA para análise de expressão gênica dos pacientes de LMAvsNormal e DepMap para análise do score de dependência das linhagens de LMA), além de ensaios in vitro, como viabilidade (MTT), Apoptose (Annexin V/PI), e Proliferação (Ki67).

Resultados

A análise do transcriptoma de diferentes tecidos humanos, do The Humam Protein Atlas, revelou que IRS2 é mais expresso na medula óssea do que em outros tecidos, enquanto não foi observado expressão gênica diferencial do IGF1R e do IRS1 entre a medula óssea e os demais tecidos. Em uma coorte do TCGA, foi observado elevada expressão dos genes da via da insulina em amostras de LMA em comparação com células normais da medula óssea (p < 0,05), e relevância biológica (calculado pelo dependence score) dos genes da via de insulina em linhagens de LMA FLT3-ITD. Em linhagens MOLM-13 e MV4-11, ambas FLT3- ITD, o tratamento com os inibidores de IGF1R-IRS1/2, Linsitinib e NT-157, como monoterapia reduziu a viabilidade celular (MTT) de maneira dose e tempo- dependentes (com IC50 de 42.09 e 20.04 nM [PKC], 0.86 e 0.49 nM [AC220], 8.82 e 8.81 µM [Linsitinib], 2.44 e 2.40 µM [NT-157] para a linhagem MV4;11 e MOLM-13 respectivamente); aumentou a apoptose (Annexin-V/PI) em 24h para a MOLM-13 nas maiores doses dos inibidores enquanto para a MV4;11 apenas com 0.8µM de NT-157. Em 48h ambas as linhagens sofreram apoptose dose-dependente com efeitos mais proeminentes do Linsitinib (20 µM) na MV4;11 e do NT-157 (0.8 µM) na MOLM-13. Todos os inibidores diminuíram a proliferação celular (Ki67), com efeitos mais drásticos associados aos inibidores de FLT3 e o Linsitinib (10 e 20 µM), e apenas nas doses mais altas do NT-157 (0.8 µM). O tratamento combinado de inibidores de FLT3 (FLT3i) (PKC [midostaurim] e AC220 [quizartinibe]) com os inibidores Linsitinib e NT-157 resultou em um efeito aditivo entre PKC-Linsitinib, PKC-NT157 e AC220-Linsitinib em ambas as linhas celulares (MOLM-13 e MV4; 11) e um efeito sinérgico entre AC220-NT157 (pontuação ZIP de 11,61) após 48 horas de tratamento.

Discussão e conclusão

Em conjunto, essas descobertas sugerem que a inibição do eixo IGF1R-IRS1/2, em monoterapia ou em combinação com inibidores de FLT3, poderia representar um tratamento alternativo para pacientes com LMA.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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