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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 914
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IMPLEMENTAÇÃO DA TECNOLOGIA DE IDENTIFICAÇÃO POSITIVA DO PACIENTE EM UM SERVIÇO DE HEMOTERAPIA PÚBLICO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
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FAA Almeida, R Santos, MM Silva, PF Batista, CY Nakazawa, TAO Paula
Hospital Municipal Dr Gilson de Cássia Marques de Carvalho; Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A segurança transfusional envolve medidas e processos voltados à administração segura de hemocomponentes, com o objetivo de reduzir riscos ao paciente. Os avanços da medicina transfusional, aliada à normatização de protocolos, vigilância regulatória, uso de tecnologias e engajamento das equipes, contribuíram significativamente para minimizar esses riscos. No entanto, a identificação correta do paciente ainda representa um ponto crítico, especialmente na coleta da amostra e na instalação do hemocomponente. Erros de identificação estão entre as principais causas de reações transfusionais graves e potencialmente fatais. Embora o Brasil não disponha de dados nacionais consolidados, estima-se que a taxa de erro seja próxima à registrada pelo sistema britânico SHOT (Serious Hazards of Transfusion), com um erro a cada 13.000 transfusões, podendo resultar em desfechos fatais. Nesse contexto, estratégias preventivas, como a Identificação Positiva do Paciente (PPID), a dupla checagem, o uso de códigos de barras e a capacitação contínua das equipes, tornam-se fundamentais para garantir a segurança transfusional e prevenir eventos adversos.

Objetivos

Relatar a experiência de um serviço público de hemoterapia com a implantação do sistema eletrônico de PPID no momento da instalação do hemocomponente, avaliando sua contribuição para a segurança transfusional.

Material e métodos

Em janeiro de 2025, o serviço de hemoterapia do Hospital Municipal Dr. Gilson de Cássia Marques de Carvalho, em São Paulo, implantou o sistema eletrônico de PPID. Integrado ao software eProgesa® (Mak-System), o sistema permite o registro, a migração de dados e o vínculo direto entre cada hemocomponente e o respectivo paciente. Antes da transfusão, a equipe de enfermagem realiza a conferência utilizando dois identificadores obrigatórios: nome completo e número de prontuário. Com o PPID ativo, a pulseira do paciente é escaneada, seguida da leitura do código do hemocomponente. O sistema, então, realiza automaticamente a dupla checagem eletrônica, liberando a transfusão apenas quando há plena conformidade das informações, incluindo número e tipo do hemocomponente, procedimentos especiais (deleucotização e irradiação), tipagem ABO/RhD e compatibilidade em casos de presença de anticorpos irregulares. Qualquer falha ou discrepância na checagem gera alerta imediato, e o hemocomponente é devolvido ao banco de sangue para rastreabilidade do evento.

Resultados

Entre janeiro e junho de 2025, foram realizadas 500 transfusões diurnas na unidade de internação da Oncologia. Dessas, 85% foram executadas pela equipe de enfermagem do Banco de Sangue, com uso do sistema PPID. Não foram registradas não conformidades relacionadas ao uso do software nesse período.

Discussão e conclusão

O uso do PPID mostrou-se altamente eficaz na prevenção de erros de identificação, além de otimizar o processo transfusional ao reduzir o tempo e a demanda por recursos humanos, substituindo a dupla checagem manual por um processo eletrônico seguro. Como limitação, observou-se que o sistema está disponível apenas para as transfusões realizadas pela equipe de enfermagem do banco de sangue; nos demais setores, a identificação do paciente ainda ocorre manualmente, devido à necessidade de treinamento e à ausência de implementação do sistema. A experiência evidencia que a adoção de tecnologias, mesmo em contextos de saúde pública, pode ampliar a segurança transfusional e qualificar os processos, alinhando-se às diretrizes nacionais e internacionais.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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