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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 2866
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IMPACTO PROGNÓSTICO DAS MUTAÇÕES ASXL1 EM NEOPLASIAS MIELOIDES: REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE
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L Pinheiro Correia, AA Colares Perez, R Ponte Conrado, V Nascimento Malheiro, RT Germano de Oliveira, SM Meira Magalhães, R Feitosa Pinheiro
Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

As neoplasias mieloides são caracterizadas por hematopoiese clonal e citopenias persistentes. Esse grupo de doenças da medula óssea inclui as síndromes mielodisplásicas (SMD), cuja presença de mutações no gene ASXL1 têm sido associadas a desfechos desfavoráveis, incluindo pior sobrevida global (OS). Embora estudos apontem para esse desfecho, há variação na magnitude dos resultados, o que justifica a necessidade de estimar precisamente esse risco.

Objetivos

Avaliar, por meio de metanálise, o impacto da mutação ASXL1 na OS de pacientes com SMD, LMA associada a SMD e leucemia mielomonocítica crônica (LMMC).

Material e métodos

Foi realizada metanálise conforme as diretrizes do PRISMA. Incluíram-se estudos observacionais que relataram hazard ratios (HR) para OS comparando pacientes com e sem mutação ASXL1. A busca foi conduzida na base PubMed, excluindo revisões sistemáticas e metanálises. Os dados foram analisados no R (versão 4.5.1) com o pacote metafor. O efeito combinado foi estimado por modelo de efeitos aleatórios com ajuste de Hartung-Knapp. A heterogeneidade foi avaliada pelo teste Q de Cochran e pelo índice I2, e o potencial viés de publicação, por funnel plot.

Discussão e conclusão

Cinco estudos preencheram os critérios de inclusão, envolvendo coortes com SMD, AML/MDS e LMMC. Os HR individuais variaram de 1,64 a 4,30. A análise combinada demonstrou que a mutação ASXL1 esteve associada a pior OS (HR = 1,94; IC 95%: 1,45–2,61; p < 0,001), correspondendo a um aumento de 94% no risco de morte. Não foi observada heterogeneidade significativa (I2 = 0%, p = 0,5682). O funnel plot mostrou distribuição simétrica. O estudo com maior peso foi o de Pratcorona et al. (2013), seguido por Cui et al. (2015). A metanálise confirma o efeito adverso da mutação ASXL1 na sobrevida de pacientes com SMD e doenças correlatas. A ausência de heterogeneidade (I2 = 0%) reforça a consistência dos achados, e a magnitude do risco observado é clinicamente relevante. Esses resultados alinham-se a evidências prévias que indicam que ASXL1 atua como marcador prognóstico independente, possivelmente relacionado a mecanismos de instabilidade epigenética e maior resistência terapêutica. Apesar da robustez estatística, algumas limitações devem ser consideradas. O número restrito de estudos e a ausência de análises padronizadas de variáveis de confusão podem influenciar a precisão da estimativa. Do ponto de vista clínico, os achados reforçam a importância da genotipagem no diagnóstico e estratificação de risco das neoplasias mielodisplásicas e doenças relacionadas, permitindo a personalização da conduta terapêutica. Estudos prospectivos multicêntricos, com ajustes multivariados robustos e estratificação por subtipo, são necessários para consolidar o papel prognóstico da mutação ASXL1 e explorar potenciais interações com outros marcadores moleculares. A mutação ASXL1 associa-se a pior prognóstico em SMD e síndromes relacionadas, aumentando significativamente o risco de morte. Esses resultados sustentam sua inclusão em modelos prognósticos e no planejamento terapêutico individualizado.

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Referências:

Thol F, Friesen I, Damm F, Yun H, Weissinger EM, Krauter J, et al. Prognostic significance of ASXL1 mutations in patients with myelodysplastic syndromes. J Clin Oncol. 2011;29(18):2499-506. doi:10.1200/JCO.2010.33.4938.

Pratcorona M, Abbas S, Sanders MA, Koenders JE, Kavelaars FG, Erpelinck-Verschueren C, et al. Acquired mutations in ASXL1 in acute myeloid leukemia: prevalence and prognostic value. Haematologica. 2012;97(3):388-92. doi:10.3324/haematol.2011.051532.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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