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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 3180
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IMPACTO DE MUTAÇÕES FLT3-ITD E FLT3-TKD NO PROGNÓSTICO E NAS DECISÕES SOBRE USO DE INIBIDORES ALVO
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ES Galdinoa, MGM Silvaa, AM Silvaa, MT Bessonia, GLG Santosa, MT Reis-Silvaa, VJ Silvaa, SP Barbosaa, MAC Bezerraa,b, ARL Araujoa,b
a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
b Programa de Pós-Graduação em Genética, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

Mutações no gene da tirosina quinase 3 (FLT3) são alterações genéticas frequentes na Leucemia Mieloide Aguda (LMA), ocorrendo em até 30% dos casos. As principais variantes, duplicações internas em tandem (FLT3-ITD) e mutações no domínio da tirosina quinase (FLT3-TKD), ativam vias que promovem a proliferação de blastos leucêmicos. O impacto prognóstico dessas mutações, no entanto, é complexo e modulado por fatores como carga alélica, etnia do paciente e o perfil de co-mutações.

Objetivos

Analisar o impacto das mutações FLT3-ITD e FLT3-TKD no prognóstico e conduta terapêutica de pacientes com LMA, considerando fatores clínicos e moleculares.

Material e métodos

Foi realizada uma revisão bibliográfica descritiva por meio da análise de artigos nas bases de dados Pubmed, ScienceDirect e Scielo, publicados nos últimos 5 anos, utilizando os descritores “acute myeloid leukemia (AML)” e/ou “FLT3-TKD mutations” e/ou “FLT3-ITD mutations”. Os critérios de seleção incluíram artigos originais e revisões que abordassem o impacto prognóstico e terapêutico das mutações FLT3-ITD e FLT3-TKD em humanos.

Discussão e conclusão

A mutação FLT3-ITD é um marcador consistente de prognóstico adverso. Sua alta carga alélica se correlaciona com maior contagem de leucócitos, maior percentual de blastos, pior classificação de risco (ELN 2017) e dificuldades na obtenção da doença residual mínima (DRM) negativa. Além disso, a mutação FLT3-ITD está associada com maior probabilidade de recaída e menor sobrevida global (OS) dos pacientes. Em contrapartida, o impacto prognóstico da FLT3- TKD é mais complexo e controverso, podendo variar entre etnias, observando que a mutação está associada a um prognóstico adverso para caucasianos, mas a um favorável para asiáticos. A presença de FLT3-TKD pode ser favorável quando co-ocorre com FLT3-ITD em pacientes tratados com transplante de células-tronco hematopoiéticas alogênicas, mas desfavorável em outros subgrupos, como na LMA com a fusão RUNX1::RUNX1T1. Do ponto de vista terapêutico, a FLT3-ITD é um alvo validado. Além dos inibidores diretos, novas estratégias são exploradas, como a inibição da via da sintase de ácidos graxos (FASN), que atua a jusante da sinalização do FLT3. A partir dos resultados, é possível concluir as mutações FLT3-ITD e FLT3-TKD têm impactos prognósticos distintos. A FLT3-ITD confere um risco consistentemente elevado, mas o efeito da mutação FLT3-TKD é heterogêneo, dependendo do contexto étnico e molecular do paciente. Portanto, a decisão terapêutica precisa integrar a análise da carga alélica, o status da DRM e a presença de co-mutações para uma estratificação de risco e a escolha terapêutica mais assertiva.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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