HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA perda de bolsas de sangue durante a coleta representa um desafio para os serviços de hemoterapia, pois interfere diretamente na eficiência da produção de hemocomponentes e na manutenção dos estoques.
ObjetivosAvaliar a relação entre o número de doações realizadas, a perda de bolsas e a atuação da equipe de enfermagem em um banco de sangue de Sergipe.
Material e métodosEstudo descritivo e retrospectivo, com base nos dados dos indicadores institucionais no período de maio de 2024 a abril de 2025. Foram analisadas as causas de intercorrências que resultaram em perda de bolsas, suas frequências relativas ao total de coletas e a atuação da equipe envolvida. Os dados foram comparados com o limite de 2% de perda estipulado como meta institucional.
ResultadosDurante o período avaliado, houve 53 perdas em um total de 17.516 doações (0,30%). A taxa de perda de bolsas permaneceu consistentemente abaixo de 1%, variando entre 0% e 0,75%, o que demonstra a efetividade dos protocolos adotados. Dentre as causas mais frequentes de perda de bolsas destacam-se: fluxo venoso baixo com 19 casos (35,8%), sistema coagulado com 18 casos (34,0%) e hipotensão com 4 casos (7,5%). O melhor resultado foi registrado em dezembro de 2024, com 0% de perdas em um total de 1.694 doações, demonstrando excelência nos cuidados prestados pela equipe de enfermagem e na condução do processo de coleta. Em contrapartida, o mês com maior percentual de perdas foi agosto de 2024, com 0,75%, reflexo de intercorrências como fluxo venoso baixo, sistema coagulado e tecnovigilância.
Discussão e conclusãoObservou-se que fatores como veias finas, alta viscosidade sanguínea dos doadores, técnicas de punção e reações vasovagais impactam nas perdas, sendo variáveis muitas vezes não controláveis. Nesse contexto, destaca-se o papel fundamental da equipe de enfermagem, responsável por avaliar previamente as condições vasculares do doador, aplicar técnicas seguras de punção e intervir prontamente em intercorrências. Constatou-se um excelente desempenho no indicador de perda de bolsas. Tal resultado é reflexo direto do compromisso e da competência técnica da equipe de enfermagem, que atua desde a triagem vascular até a condução da coleta. A valorização desses profissionais, aliada à capacitação permanente, é essencial para manter a qualidade e a segurança nas etapas do ciclo do sangue.
Referências:
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). HEMOPROD: Boletim de produção hemoterápica e perfil dos doadores de sangue do Brasil. Brasília: Anvisa, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa. Acesso em: 29 jun. 2025.
Bastos GA, Vasconcelos MIM, Oliveira LF. A atuação da enfermagem na hemoterapia: desafios e competências. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, São Paulo. 2017;39(1):65-70. DOI: 10.1016/j.bjhh.2016.10.005.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n° 34, de 11 de junho de 2014. Dispõe sobre as boas práticas no ciclo do sangue. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 jun. 2014. Seção 1, p. 38–54.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Especializada à Saúde. Manual técnico de hemovigilância: investigação das reações transfusionais imediatas e tardias não infecciosas. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
Sociedade Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (SBHH). Guia para profissionais da saúde sobre a doação e transfusão de sangue. São Paulo: SBHH, 2020.




