HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA Insuficiência Renal Crônica (IRC), especialmente em pacientes em hemodiálise, está frequentemente associada à anemia, afetando a qualidade de vida e o prognóstico. Este estudo aborda os desafios da hemoterapia, a importância do monitoramento laboratorial e o papel do biomédico na interpretação dos exames, contribuindo para uma prática mais segura e eficaz.
ObjetivosAnalisar os principais desafios relacionados à prática hemoterápica em pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise, destacando a importância do monitoramento laboratorial e a atuação do biomédico na garantia da segurança transfusional.
Material e métodosEste estudo consiste em uma revisão de literatura que teve como objetivo analisar a prática hemoterápica em pacientes com IRC em hemodiálise. A pesquisa foi conduzida em bases de dados como PubMed, Lilacs, Scielo, Ministério da Saúde e DATASUS, utilizando os descritores: “insuficiência renal crônica”, “hemodiálise”, “hemoterapia”, “transfusão”, “biomédico” e “monitoramento laboratorial”.
Discussão e conclusãoA IRC é uma condição progressiva e irreversível que atinge cerca de 10% da população mundial e, no Brasil, afeta mais de 157 mil pessoas em diálise, sendo o diabetes e a hipertensão as principais causas (GBD, 2020). A hemodiálise é o principal tratamento da doença, essencial para remover toxinas e controlar a volemia, embora envolva riscos como inflamação e complicações cardiovasculares. A anemia é uma complicação frequente na IRC, causada por múltiplos fatores como deficiência de eritropoietina e ferro, exigindo abordagem criteriosa. A hemoterapia é indicada em casos específicos, respeitando protocolos rigorosos para evitar riscos transfusionais. Apesar dos avanços no tratamento da anemia na IRC, a resistência aos Agentes Estimuladores da Eritropoiese (AEE), especialmente em pacientes com inflamação, limita sua eficácia devido à hepcidina, que bloqueia o uso do ferro (ABENSUR, 2010; MERLIN et al., 2021). Diretrizes nacionais recomendam metas adaptadas para hemoglobina e ferritina, enfatizando o manejo individualizado (ABHH/AMB, 2014). Riscos da hemoterapia incluem aloimunização, sobrecarga férrica e reações transfusionais (Barretti & Delgado, 2014; Ministério da Saúde, 2019). Nesse contexto, o biomédico tem atuação essencial, realizando testes pré-transfusionais, identificando aloanticorpos e garantindo o controle de qualidade. O tratamento da insuficiência renal crônica exige abordagem integrada e monitoramento constante. A hemoterapia, quando indicada com critério, é essencial em casos específicos, e a atuação do biomédico é decisiva para a segurança transfusional.
Referências:
Oliveira, Juliana Martins de et al. Cuidados centrados na família em unidades de terapia intensiva neonatal no Brasil: uma revisão integrativa. Jornal Brasileiro de Nefrologia, São Paulo, 2020.
Barretti, P.; Delgado, A. G. 7. Transfusão. Brazilian Journal of Nephrology, v. 36, n. 1, p. 29–31, jan. 2014. GBODC, Network. Global burden of disease study 2019 (GBD 2019) results. Seattle, United States: Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), 2020. KDIGO. Clinical Practice Guideline for Anemia in Chronic Kidney Disease. Kidney Int Suppl. 2012;2(4):279–335. Disponível em: https://kdigo.org/wp- content/uploads/2017/02/KDIGO_Anemia_GL.pdf
Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH). Diretrizes sobre o tratamento da anemia na doença renal crônica. Hematology, Transfusion and Cell Therapy, v. 36, n. 3, p. 157–166, jul./set.2014.




