HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosAs doenças cardiovasculares (DCV) são a maior causa de mortalidade no mundo e resultam da combinação de fatores ambientais e genéticos. O ferro é essencial para muitos processos fisiológicos, porém a sobrecarga de ferro é conhecida como um fator de risco na progressão da aterosclerose. A ferritina é uma proteína de armazenamento de ferro sendo assim considerada o melhor indicador dos estoques corporais de ferro e funciona como um analito de fase aguda durante estados inflamatórios. O excesso de ferro é capaz de estimular a progressão de lesões ateroscleróticas, catalisar a produção de radicais livres e promover a peroxidação lipídica, reduzindo os níveis de antioxidantes no plasma; portanto, associando-se à progressão da aterosclerose e ao aumento do risco de eventos cardio vasculares isquêmicos. Os níveis elevados de ferritina sérica aumentam o risco de aterosclerose na presença de outros fatores de risco. No contexto do infarto agudo do miocárdio (IAM), a inflamação sistêmica é um fator-chave na patogênese, influenciando a instabilidade da placa e o dano miocárdico.
ObjetivoMapear as evidências sobre a utilização da Ferritina como biomarcador na doença arterial coronariana em curso, assim como no prognóstico do infarto do miocárdio.
Material e métodoFoi realizada uma revisão da literatura da ferritina como biomarcador nas doenças cardiovasculares utilizando as seguintes bases de dados eletrônicas: MEDLINE via PubMed, LILACS via BVS, SciELO. Como descritores foram utilizados: ferritina, doença arterial coronariana, infarto do miocárdio, ferro.
Discussão e conclusãoEstudos propuseram que concentrações elevadas de ferritina sérica estão associadas ao aumento do risco de DCV e infarto do miocárdio na população idosa, e que é a principal causa de morte e doença no mundo. Um artigo de revisão sugeriu que há fortes evidências epidemiológicas disponíveis de que o ferro é um fator importante no processamento da aterosclerose. Demonstrou-se que uma concentração de ferritina ≥ 200 mg/L foi associada a um aumento de 2,2 vezes no risco de infarto agudo do miocárdio em homens. Muitos estudos sugeriram que a ferritina pode atuar como um catalisador na produção de radicais livres de oxigênio e na peroxidação lipídica, além de desempenhar um papel na formação de LDL oxidado. A oxidação do LDL causa o acúmulo de lipídios nas células endoteliais e lisas, e impede que os macrófagos saiam da parede arterial. Assim, esses efeitos promovem a lesão aterosclerótica, e induz ao IAM. Os níveis séricos de ferritina estavam significativamente elevados em pacientes com IAM agudo e apresentaram fortes correlações com biomarcadores cardíacos importantes, indicando seu papel na lesão e inflamação miocárdicas. Diante disso pode-se concluir que a alta concentração de ferro armazenado, avaliada pela ferritina sérica, associa-se ao aumento do risco de DAC. Os níveis séricos de ferritina são significantes quando elevados em pacientes com IAM.
Referências:
Sarna MK, Goel N, Aneja M, et al. Study of relationship of serum ferritin in acute myocardial infarction. Eur J Cardiovasc Med. 2025;15:145-50.
Liu S, Chen M, Tang L, Li X, Zhou S. Association between serum ferritin and prognosis in patients with ischemic heart disease in intensive care units. J Clin Med. 2023;12:6547.




