Nos últimos anos, o mercado oncológico brasileiro experimenta uma revolução terapêutica sem precedentes. O período de 2020 a 2025 marca uma era de transformação no arsenal terapêutico contra o câncer, caracterizada pela introdução de terapias inovadoras como anticorpos conjugados a drogas, medicamentos biespecíficos e produtos de terapia avançada. Esta evolução representa não apenas um avanço científico, mas também uma mudança paradigmática no tratamento oncológico, oferecendo novas esperanças aos pacientes brasileiros no combate ao câncer.

Visa analisar a evolução do perfil das substâncias oncológicas disponíveis no mercado brasileiro entre os anos de 2020 e 2025, identificando as principais categorias terapêuticas, suas tendências de crescimento e o impacto das inovações farmacológicas no tratamento do câncer no Brasil.

O trabalho se classifica como observacional longitudinal para analisar a evolução das substâncias oncológicas disponíveis no Brasil entre 2020 e 2025. A metodologia envolveu análise sistemática da tabela CMED de janeiro de cada ano, utilizada como fotografia representativa do mercado farmacêutico oncológico nacional. Os dados foram categorizados por tipo de medicamento oncológico: anticorpos conjugados a drogas, anticorpos biespecíficos, biológicos, biossimilares, genéricos, moléculas novas, similares e produtos de terapia avançada. A análise contemplou a contagem distinta de substâncias ativas por categoria e ano, permitindo identificar tendências de crescimento e padrões de incorporação de novas tecnologias no arsenal terapêutico oncológico brasileiro. A abordagem metodológica possibilitou quantificar não apenas o volume total de medicamentos disponíveis, mas também caracterizar a evolução qualitativa do portfólio terapêutico, com ênfase especial nas categorias de alta tecnologia e inovação. Os dados foram analisados considerando flutuações temporais, crescimento percentual por categoria e identificação de tendências emergentes no período estudado, fornecendo panorama abrangente da dinâmica regulatória e comercial do setor oncológico nacional.

A evolução dos medicamentos oncológicos no Brasil revelou dinâmica complexa entre inovação e acessibilidade. O total de medicamentos apresentou flutuações características: 240 (2020), 219 (2021), 237 (2022), 306 (2023), 315 (2024) e 280 (2025), com queda de 11,11% entre 2024-2025. As categorias de alta tecnologia demonstraram crescimento exponencial: anticorpos conjugados a drogas cresceram 200% (3 para 9 medicamentos), combinando especificidade de anticorpos monoclonais com potência citotóxica. Os biespecíficos apresentaram crescimento de 500% (1 para 6), revolucionando a imunoterapia ativa. Emergiu categoria inédita de produtos de terapia avançada (2023: 1; 2025: 3), representando fronteira da medicina regenerativa oncológica. Biológicos mantiveram robustez (26 para 29), consolidando-se como pilares terapêuticos. Já os Biossimilares, tiveram crescimento discreto (2 para 3). Conclui-se que, apesar do crescimento médio de 4% ao ano, observa-se concentração tecnológica em terapias avançadas. A retração em 2025 sugere possível saturação ou reposicionamento regulatório, com queda concentrada em medicamentos de acesso econômico, enquanto inovações mantiveram estabilidade.