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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 3154
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ESTUDO PILOTO DA CARACTERIZAÇÃO DA CRISE FALCIFORME INDUZIDA EM MODELO EXPERIMENTAL TOWNES
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APAdS Pachecoa, CVA Castroa, MFFd Oliveiraa, EVS Barbosaa, VS Moitinho Juniora, GVAd Jesusa, ACdS Azevedoa, MCdJ Paraízoa, VA Fortunab, IM Lyrac, SCMA Yahouedehoua, MdS Gonçalvesa
a Instituto Gonçalo Moniz, Fiocruz Bahia (IGM), Salvador, BA, Brasil
b Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, Brasil
c Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (HEMOBA), Salvador, BA, Brasil
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A anemia falciforme (AF) caracteriza-se por hemólise crônica, estresse oxidativo e inflamação persistente, levando à disfunção endotelial, vaso-oclusão e lesões a órgãos. Modelos experimentais têm sido fundamentais para a compreensão desses mecanismos, destacando-se o camundongo transgênico humanizado HbSS Townes, que mimetiza a fisiopatologia e manifestações clínicas da AF. Dessa forma, a caracterização da crise falciforme no modelo é importante para estudos pré-clínicos e desenvolvimento de estratégias terapêuticas.

Objetivos

Caracterizar o perfil hematológico e histopatológico de camundongos HbSS Townes submetidos à indução farmacológica de crise falciforme.

Material e métodos

Doze camundongos HbSS Townes machos foram distribuídos em dois grupos (G1 e G2). Os animais do G1 foram submetidos à coleta de sangue e eutanásia para análise hematológica e histopatológica basal. O G2 recebeu uma dose intraperitoneal de fenilhidrazina (100mg/kg) para indução de hemólise e, após 48h, foi submetido aos mesmos procedimentos do G1. Foram realizados hemograma completo e contagem de reticulócitos, além do processamento histológico do fígado, baço e rins, cujas secções foram coradas por Hematoxilina-Eosina e Azul da Prússia.

Resultados

A indução da hemólise resultou em dois óbitos em 24h. Os animais do G1 apresentaram anemia, hemólise, reticulocitose e leucocitose, acentuadas no G2. Destacaram-se: redução na contagem das hemácias (8,52 ± 0,55 vs 4,73 ± 2,01 × 10⁶/mm³; p = 0,0095); aumento do volume corpuscular médio (43,02 ± 2,47 vs 61,68 ± 3,92fL; p = 0,0095) e da hemoglobina corpuscular média (13,18 ± 0,59 vs 16,45 ± 0,91pg; p = 0,0139); aumento na contagem de leucócitos (26.628,00 ± 9.837,00 vs 100.480,00 ± 56.348,00/mm³; p = 0,0190), com predomínio linfocitário (26.335,00 ± 9.699,00/mm3 vs 99.285,00 ± 55.557,00/mm3; p = 0,0190). Na comparação entre os dois grupos, também houve tendência à redução dos níveis de hemoglobina e hematócrito, e ao aumento da contagem de reticulócitos e de plaquetas, embora sem significância estatística. A análise qualitativa dos tecidos evidenciou depósitos de ferro em G1 e G2. No fígado, os animais induzidos à hemólise apresentaram áreas mais evidentes de estase vascular e infiltrados inflamatórios teciduais.

Discussão e conclusão

O modelo em estudo exibe em estado basal alterações compatíveis com a AF, que se acentuam com a indução da crise, mimetizando com fidelidade o quadro clínico da AF, sendo útil na avaliação de estratégias terapêuticas. O estresse durante a contenção pode ter ocasionado os óbitos ocorridos. CONCLUSÃO: o modelo HbSS Townes reproduz alterações da crise falciforme, sendo uma ferramenta promissora para estudos pré-clínicos e desenvolvimento de estratégias terapêuticas na AF.

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Referências:

Illa AC, et al. From early development to maturity: a phenotypic analysis of the Townes sickle cell disease mice. Biology Open. 2025;14:bio061828.

Kamimura S, et al. Mouse models of sickle cell disease: Imperfect and yet very informative. Blood Cells Mol Diseases. 2024;104:102776.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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