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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 2697
Acesso de texto completo
ESTUDO DA PREVALÊNCIA DE ALOANTICORPOS ERITROCITÁRIOS NA POPULAÇÃO DE MARÍLIA E REGIÃO E DA ASSOCIAÇÃO DA ALOIMUNIZAÇÃO COM O SISTEMA ABO, FATOR RH E SEXO BIOLÓGICO
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CC Ferroa, D Nevoab, RDC Cecíliob, ECB Padovanib, FM Pinottib, RB Cardosoa, W Baleottia
a Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA), Marília, SP, Brasil
b Hemocentro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília (HCFAMEMA), Marília, SP, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A aloimunização contra antígenos eritrocitários pode ocorrer em cenários de transfusão sanguínea e gravidez, podendo levar à incompatibilidade transfusional futura e provocar Reações Hemolíticas Tardias. Temos atualmente 47 sistemas de grupos sanguíneos, cada um com uma série de antígenos com características moleculares, densidade e funções distintas no eritrócito. Para entender melhor esse processo e como evitá-lo, é pesquisada a sua associação a fatores como a imunogenicidade e especificidade dos antígenos, idade, sexo biológico, inflamação, presença/ausência de fator Rh, raça e hemoglobinopatias.

Objetivos

Estudar a prevalência e a especificidade dos aloanticorpos eritrocitários identificados na rotina de exames pré-transfusionais realizados no Laboratório de Imuno-hematologia do Hemocentro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília (HCFAMEMA), a fim de aprimorar o protocolo de compatibilidade e fenotipagem sanguínea. Ademais, buscamos estudar a associação entre a aloimunização e os seguintes fatores não modificáveis: sistema ABO, presença/ausência de fator Rh e sexo biológico.

Material e métodos

Análise documental e estatística dos prontuários e resultados de exames pré-transfusionais obtidos do banco de dados do Sistema de Banco de Sangue (SBS), do laboratório de Imuno-hematologia do Hemocentro-HCFAMEMA, do período entre 15/02/2011 a 06/06/2022. Foi utilizado o software R e o teste de Qui-Quadrado para associar os fatores não modificáveis à aloimunização.

Resultados

Foi possível analisar 36726 prontuários de pacientes submetidos à transfusão de sangue neste período. Destes, 1042 apresentaram pelo menos um aloanticorpo. A prevalência de aloimunização foi 2,83%. Os aloanticorpos mais prevalentes foram: anti-E (271), anti-D (129), anti-K (123), anti-C (106), anti-c (87), anti-Dia (82), anti-M (82) e anti-Jka (65). Os menos prevalentes foram: anti-Dib (1), anti-Lex (1), anti-Jsa (2), anti-s (2), anti-G (2), anti-f (2), anti-Wra (2) e anti-k (4). Além disso, 437 pacientes também possuíam autoanticorpos e 93 apresentaram anticorpos inespecíficos. Para associação significativa adotamos p < 0,05. O sexo biológico e a presença de fator Rh, apresentaram relação significativa com a aloimunização (p < 0,0001). O sistema ABO também apresentou relação com a aloimunização, embora menos significativa (p < 0,02).

Discussão e conclusão

Corrobora-se a alta imunogenicidade dos antígenos do grupo Rhesus e Kell, observada na literatura. Antígenos dos grupos Diego e MNS apresentaram uma prevalência próxima a esses grupos, sendo necessários mais estudos que investiguem as suas imunogenicidades. O sexo feminino apresentou uma maior prevalência de aloimunização. Isto pode estar associado à gravidez. A presença de fator Rh indicou uma maior tendência à aloimunização. Isto pode ter relação com a maior frequência do antígeno RhD na população brasileira. Quanto ao sistema ABO, 2,9% dos pacientes do tipo sanguíneo A, 4,14% do tipo AB, 2,98% do tipo B e 2,65% do tipo O sofreram aloimunização, sendo a prevalência maior no grupo AB. O número elevado de autoanticorpos sugere uma relação entre a sua formação e a aloimunização. Para além dos grupos Rhesus e Kell, identificamos uma elevada prevalência de aloanticorpos dirigidos aos sistemas MNS e Diego, sendo interessante incluí- los no protocolo de fenotipagem sanguínea. A aloimunização permanece um processo não completamente entendido, sendo importantes mais estudos que a associem com fatores como o sistema ABO, o fator Rh e o sexo biológico.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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