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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 498
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EPIDEMIOLOGIA DA TACO EM HOSPITAIS PÚBLICOS E PRIVADOS DO RIO DE JANEIRO
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KB Fonseca, KBL Buratta, TG de Alencar
Grupo Gestor de Hemoterapia ‒ Grupo GSH, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A Sobrecarga Volêmica ou TACO é a terceira causa mais frequente entre as reações transfusionais notificadas ao sistema nacional de hemovigilância. Ela é definida pela International Society of Blood Transfusion – ISBT como a reação adversa transfusional que se manifesta em até 6-horas após o término da transfusão e apresenta quatro dos seguintes sintomas: dificuldade respiratória aguda, taquicardia, elevação da pressão arterial, surgimento ou piora de edema pulmonar detectado na radiografia do tórax em PA, evidência de balanço hídrico positivo, além de uma elevação do BNP (Peptídeo Natriurético Cerebral). Sua incidência ocorre, na maioria dos casos, por uma indicação equivocada ou por um erro em qualquer etapa do ato transfusional que gera uma infusão rápida ou de volume acima do qual o receptor tolera receber.

Objetivos

Avaliar o perfil dos pacientes que apresentaram Sobrecarga Circulatória Associada a Transfusão (TACO) entre os anos de 2023 e 2024 em 29 Hospitais Públicos e Privados do Estado do Rio de Janeiro.

Material e métodos

Estudo retrospectivo e observacional realizado por meio de análise dos registros de reações no Sistema de Notificações da Vigilância Sanitária (NOTIVISA) e sistema de hemoterapia RealBlood além de prontuários dos pacientes nos Hospitais participantes.

Resultados

Foram analisadas 68 reações classificadas como TACO no período do trabalho. Destas, 72% (49) envolveram pacientes acima dos 60 anos sendo 66% (45) do sexo feminino. Com relação a comorbidades conhecidas, 41,2% (28) dos pacientes apresentavam algum tipo de cardiopatia enquanto 23,5% (16) apresentavam doença renal crônica (DRC). Entre os sintomas relatados, a dispneia foi o mais frequente, em 26% (17), seguida por hipertensão em 15% (10 casos). O hemocomponente mais envolvido foi o Concentrado de Hemácias (CH) com 72% (49) dos casos. Em 41,2% (28) dos eventos houve a solicitação de mais de um hemocomponente.

Discussão e conclusão

As reações transfusionais são eventos indesejados ou inesperados em consequência de uma transfusão de sangue. Podem ocorrer durante ou após a mesma e classificadas quanto ao tempo, gravidade e mecanismo imune. A TACO é uma reação imediata, não imune e que ocorre por um erro em qualquer etapa do ato transfusional gerando um aumento da pressão hidrostática acima do tolerado pelo receptor que evolui com edema pulmonar. Dentre os grupos de risco para desenvolvimento da reação estão crianças e idosos devido a fragilidades inerentes a idade. Além disso, comorbidades como cardiopatias e DRC contribuem para piorar o manejo volêmico dos pacientes levando ao surgimento de sobrecarga. No presente trabalho, observou-se uma incidência maior em pacientes idosos assim como com doenças cardíacas ou renais confirmando dados da literatura sobre a reação. Quase metade dos pacientes envolvidos recebeu mais de um hemocomponente apesar de se enquadrar nos grupos de risco para TACO. Reconhecer os fatores de risco para TACO, assim como aplicar as boas práticas transfusionais, são uma forma de evitar tal reação. Pacientes considerados “frágeis” como pacientes idosos ou crianças estão sob risco de apresentar sobrecarga circulatória principalmente se também forem portadores de cardiopatias ou doenças renais. Portanto, ao avaliar a necessidade transfusional destes pacientes, deve-se ponderar a real indicação de múltiplas bolsas de uma vez ou fracionar as doses associadas a reavaliações criteriosas após cada transfusão.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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