HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO linfoma difuso de grandes células B (DLBCL) é o subtipo mais frequente de linfoma não Hodgkin agressivo, representando cerca de 30-40% dos casos. Apesar dos avanços no tratamento, aproximadamente 30% dos pacientes apresentam doença refratária ou recidivante após terapia de primeira linha. A terapia com células T com receptor de antígeno quimérico (CAR-T) emergiu como uma opção inovadora, direcionada contra o antígeno CD19, demonstrando respostas rigorosas em pacientes previamente sem alternativas eficazes. No entanto, a variabilidade nos estágios e a toxicidade relacionada tornam necessária uma análise sistemática das evidências recentes para consolidar seu papel clínico.
ObjetivosAvaliar, por meio de revisão sistemática, a eficácia e a toxicidade da terapia com células CAR-T em pacientes idosos com linfoma difuso de grandes células B refratário.
Material e métodosRevisão sistemática conforme PRISMA 2020. As buscas foram realizadas nas bases PubMed, abrangendo o período de 08/2024 a 08/2025, em português e inglês. Na PubMed, utilizamos os descritores: “Diffuse Large B-Cell Lymphoma”, “CAR T-cell therapy”, “Refractory” e “Relapsed” “Elderly”, combinados pelo operador AND/OR, com filtros para humanos, texto completo gratuito e tipos de estudo pré-definidos (ensaios clínicos, estudos observacionais, revisões e metanálises). Critérios de inclusão: estudos com pacientes com DLBCL refratário, avaliando CAR-T, com dados de eficácia e/ou segurança. Exclusão: artigos pagos, população mista sem análise separada para DLBCL, ausência de dados clínicos relevantes, estudos pré clínicos. A triagem seguiu três etapas: leitura de títulos/resumos, avaliação do texto completo e remoção padronizada de dados (autores, ano, desenho, amostra, etapas detalhadas). Dos 21 artigos identificados, 10 foram incluídos e 11 excluídos.
Discussão conclusãoA terapia com células CAR-T apresenta eficácia expressiva no LDGCB refratário em idosos. Thiruvengadam et al. demonstraram benefício do anti-CD19 tanto em linfoma transformado quanto de novo, reforçando aplicabilidade em diferentes origens da doença. Iyengar e Shune salientaram que, embora haja maior risco de CRS e neurotoxicidade, resultados de resposta e sobrevida podem ser comparáveis aos de pacientes mais jovens, desde que haja manejo especializado. Xue mostrou que CAR-T bialvo CD19/20 amplia o controle tumoral frente ao CD19 isolado, enquanto Locke evidenciou superioridade do axi-cel sobre coortes históricas. Bartolini associou fenótipos de células CAR-T a remissões duradouras, sugerindo potencial de seleção baseada em perfil imunológico. No cenário pós-CAR-T, Topp demonstrou eficácia do odronextamab, Brody avaliou epcoritamab+GemOx e Rosenthal comparou epcoritamab a outras terapias, sustentando seu papel como opção subsequente. Wang relatou remissão de psoríase após CAR-T, ilustrando possíveis efeitos imunomodulatórios adicionais. Conclui-se que a CAR-T é eficaz e viável em idosos, com toxicidade manejável, e que estratégias bialvo, seleção imunofenotípica e terapias subsequentes ampliam as possibilidades terapêuticas. Thiruvengadam et al. avaliaram CAR-T CD19 em linfoma transformado vs. de novo; Iyengar revisou DLBCL em idosos; Xue comparou CART CD19/20 vs. CD19; Locke analisou axi-cel vs. históricos; Wang relatou caso de psoríase curada após CAR-T; Brody estudou epcoritamab+GemOx; Rosenthal comparou epcoritamab a outras terapias; Shune discutiu CAR-T em idosos; Bartolini associou fenótipo CAR-T a remissão durável; Topp avaliou odronextamab pós-CAR-T.




