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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 1479
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EFICÁCIA DA TERAPIA FOTODINÂMICA ANTIMICROBIANA NO TRATAMENTO DA MUCOSITE ORAL GRAU 4 PÓS-TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS: RELATO DE CASO
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G Vieiraa, AJ Da Luza, JH Noranhaa, MR de Araújob
a Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil
b Universidade Federal do Paraná (UFPR)/Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR), Curitiba, PR, Brasil
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A mucosite oral é uma complicação comum, debilitante e potencialmente grave em pacientes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH), especialmente após regimes de condicionamento mieloablativos. Caracteriza-se por ulcerações dolorosas, dificuldade alimentar e risco aumentado de infecções, comprometendo a adesão terapêutica e a qualidade de vida. A fotobiomodulação (FBM) é uma abordagem não invasiva amplamente utilizada na prevenção e tratamento da mucosite, porém, em quadros graves, sua eficácia isolada pode ser limitada. A Terapia Fotodinâmica Antimicrobiana (aPDT), por sua vez, surge como uma alternativa adjuvante promissora, associando ação antimicrobiana à modulação inflamatória e reparo tecidual. O objetivo é relatar o manejo de um paciente com mucosite oral grau 4 durante TCTH com uso da aPDT associada à FBM em um quadro refratário.

Descrição do caso

Paciente C. F. S., masculino, 60 anos, leucoderma, sem comorbidades, etilismo ou tabagismo, com diagnóstico de mielofibrose (DIPSS-PLUS Intermediário-2), submetido a TCTH alogênico compatível. Ao exame físico pré-transplante apresentava mucosa oral íntegra, sem dor ou lesões, com alimentação sólida e abertura lingual de 50 mm. A mucosite iniciou-se no D+8, com velamento mucoso, eritema em bordas linguais, palato, assoalho bucal e lábio inferior, e redução da abertura oral para 30 mm. A partir do D+12, observou-se progressão para mucosite grau 3, com ulcerações extensas em língua, mucosa jugal e lábios, odinofagia, dor intensa, intensidade 6 na Escala Visual Analógica (EVA), e dieta líquida. Foi realizada aplicação de FBM diária intraoral (660 nm, 100 mW, 20,32 J/cm2, 2 J/ponto) obtendo-se alívio parcial da dor (EVA 4). No D+15, o quadro evoluiu para mucosite grau 4, com dor intensa (EVA = 7), ulcerações confluentes e difusas, abertura oral de 20mm e completa incapacidade de alimentação oral. Optou-se então, pela aplicação de uma sessão de aPDT na cavidade oral, utilizando corante fotossensível (azul de metileno 0,01% durante 5 minutos) e laser vermelho (660 nm), 9 J/ponto. A resposta clínica à aPDT foi notável: após 48 horas (D+17), houve regressão da mucosite para grau 1, com melhora significativa da dor e início da reintrodução alimentar. Em 72 horas (D+18), observou-se resolução completa do quadro (grau 0), com mucosa oral íntegra, ausência de ulcerações, dor ou limitações funcionais, e retorno à dieta por via oral plena.

Conclusão

Este relato evidencia a eficácia expressiva da Terapia Fotodinâmica Antimicrobiana (aPDT) na resolução rápida de mucosite oral grau 4, refratária ao tratamento com FBM isolada. A associação das duas terapias permitiu controle da dor, modulação da inflamação, reparo epitelial, e recuperação funcional em apenas três dias. Os achados reforçam o potencial da aPDT como estratégia terapêutica segura, eficaz e de alto impacto clínico no manejo de complicações orais em pacientes onco-hematológicos submetidos ao TCTH.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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