A doação de sangue é um ato solidário, essencial à vida e dependente da solidariedade da população para evitar a escassez. A escola, como espaço de formação integral, cumpre um papel importante ao incentivar valores como empatia e responsabilidade social. O projeto de extensão “Amizade Compatível – uma doação para a vida” visa sensibilizar a comunidade sobre a relevância desse gesto solidário.

Avaliar o conhecimento de alunos do ensino fundamental sobre o tema doação de sangue após ação de conscientização.

Trata-se de um relato de experiência das atividades do Projeto Amizade Compatível realizado em 2022 e em 2024 a partir de encontros formativos com alunos dos sexto e sétimos anos do Ensino Fundamental II das Escolas Estadual Carmelita Carvalho Garcia e Municipal Professora Terezinha Hueb de Menezes, com ações voltadas à conscientização sobre o sangue e a importância da doação sanguínea (DS). Durante os nove encontros, foram desenvolvidas atividades sobre os componentes do sangue e tipos sanguíneos, critérios para ser um doador e a relevância da doação; simulações de coleta de sangue com uso de material previamente preparado (caixa interativa) e momentos de esclarecimento de dúvidas. Ao final das atividades, os alunos foram convidados a responder, com o auxílio dos pais ou responsáveis, a um questionário (pareceres do CEP n° 5.780.651 e n° 6.895.884).

As atividades atingiram 281 alunos dos sextos e sétimos anos. Destes 129 responderam ao questionário. A idade variou entre 10 a 17 anos. Dos 129 alunos 112 (86,82%) sabiam da existência de diferentes tipos sanguíneos; 96 (74,41%) tinham conhecimento que pais podem ter tipo sanguíneo diferentes dos filhos; 63 (48,83%) afirmaram já ter aprendido sobre DS na escola em algum momento. 44 (34,10%) tinha conhecimento do seu próprio tipo sanguíneo; 87 (67,44%) conhecem alguém que já realizou DS; 51 (39,53%) tinham alguém da família que já precisou receber sangue; 96 (74,41%) afirmaram que há pessoas em sua família com vontade de doar sangue.

Os dados evidenciam um panorama importante sobre o conhecimento e percepção dos alunos do fundamental em relação à DS. A maior parte demonstrou ter noções básicas sobre o tema, revelando conhecimento quanto à existência de diferentes tipos sanguíneos e à possibilidade de pais e filhos possuírem tipos distintos. Por outro lado, menos da metade dos alunos relatou ter aprendido sobre DS na escola e um pouco mais de um terço não tinha conhecimento sobre o seu próprio tipo sanguíneo, o que demonstra que o tema ainda é pouco abordado de forma estruturada no ambiente escolar, apesar da sua relevância social. As atividades realizadas contribuíram para a discussão entre os alunos sobre o tema DS em ambiente escolar, despertar o interesse sobre a metodologia da DS e sua importância, engajar os familiares no contexto social da DS, além de estimular a reflexão para se tornem futuros doadores de sangue. Apoio: Universidade de Uberaba.