HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA leucemia mieloide crônica (LMC) é uma neoplasia mieloproliferativa ligada ao cromossomo Philadelphia e à fusão BCR-ABL1 que gera tirosina-quinase ativa. O uso de inibidores de tirosina-quinase (ITKs) transformou o prognóstico tornando a doença controlável para a maioria dos pacientes.Os inibidores de tirosina quinase (TKIs) são medicamentos de terapia-alvo que interrompem vias de sinalização responsáveis pela proliferação celular e pela formação de novos vasos sanguíneos no tumor. Eles podem ser desenvolvidos tanto como pequenas moléculas,quanto como macromoléculas.
ObjetivosO objetivo deste estudo é analisar os desfechos clínicos de pacientes com Leucemia Mieloide Crônica que apresentam resistência ao tratamento de primeira geração com inibidores de tirosina-quinase. Busca-se reunir, por meio de uma análise crítica das evidências disponíveis na literatura, os possíveis desfechos observados nesse cenário, a fim de ampliar a compreensão sobre a evolução clínica desses pacientes.
Material e métodosTrata-se de uma revisão integrativa realizada entre o período de Setembro de 2021 e Setembro de 2024, por meio da base de dados Pubmed. Para isto, utilizou-se como palavras-chave “Chronic Myeloid Leukemia” e “First-Generation Tyrosine Kinase Inhibitors”.
Discussão e conclusãoA resistência ao imatinibe ainda representa um desafio importante no tratamento de pacientes com leucemia mieloide crônica (LMC). Inibidores de tirosina quinase (ITKs) de segunda e terceira geração, como dasatinibe, nilotinibe e ponatinibe, apresentam taxas de resposta molecular maior (MMR) que variam de 50 a 72%, dependendo da mutação e do tempo de resistência. A mutação T315I está associada a pior prognóstico e menor resposta, sendo o ponatinibe a principal opção eficaz nesses casos. A detecção precoce dessas mutações por sequenciamento sensível permite intervenções mais efetivas, melhorando a sobrevida livre de progressão. Combinações de ITKs com interferon peguilado aumentam a profundidade da resposta, mas apresentam toxicidade relevante, o que exige manejo cuidadoso. Novas abordagens que combinam ITKs com agentes imunomoduladores estão em estudo, visando respostas mais profundas e melhor controle da doença. Os resultados do presente estudo reforçam que ITKs de segunda e terceira geração constituem alternativas terapêuticas essenciais para pacientes com resistência ao imatinibe, embora sua eficácia possa ser limitada por toxicidade e perfil clínico do paciente. Por isso, o monitoramento molecular seriado e a caracterização do perfil mutacional são fundamentais para orientar a escolha do tratamento subsequente, considerando características individuais como idade, comorbidades e tolerabilidade, além da necessidade de ajustes de dose e monitoramento rigoroso para otimizar os resultados clínicos.
ConclusãoA falha ao imatinibe continua sendo um desafio para o tratamento da Leucemia Mielóide Crônica, mas a crescente disponibilidade de informações sobre mecanismos de resistência e o desenvolvimento de novas opções ampliaram as oportunidades de tratamento. Há necessidade de mais dados e estudos que estabeleçam a melhor sequência terapêutica para otimizar desfechos a longo prazo.




