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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 1064
Acesso de texto completo
DENGUE EM PACIENTES COM LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA E NEOPLASIAS MIELOPROLIFERATIVAS BCR::ABL1 NEGATIVAS
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38
MC Marquesa, GO Duarteb, GBD Amaranteb, C Cralcevb, PM Camposb, FVP Souzab, BKL Duarteb, SS Medinab, FF Costab, CA Souzab, KBB Pagnanob
a Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
b Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A dengue é uma infecção viral transmitida aos humanos por mosquitos fêmeas infectados, principalmente Aedes aegypti. No Brasil, até 6 de abril de 2024, houve 2.965.988 casos prováveis de dengue (incidência de 1.460,6/100 mil hab.). Desses, 28.395 (3,93%) foram graves ou com sinais de alerta, e 1.117 pessoas morreram (letalidade de 3,93% nesses casos). Há poucos relatos de dengue em pacientes com leucemia mieloide crônica (LMC) e neoplasias mieloproliferativas (NMP) BCR::ABL1 negativas.

Objetivos

Avaliar características clínicas e laboratoriais de pacientes com LMC e NMP com dengue e investigar o impacto da infecção no tratamento e nos desfechos da LMC e NMP.

Material e métodos

Estudo observacional, ambispectivo, unicêntrico, em andamento. Critérios de inclusão: pacientes maiores de 18 anos, com diagnóstico de LMC ou NMP. Dados clínicos e laboratoriais foram obtidos de prontuários e questionários. A dengue foi classificada conforme a OMS em: grave (vazamento plasmático com choque ou acúmulo de líquido com desconforto respiratório, sangramento grave, ou comprometimento de órgãos – ex.: transaminases ≥1000 UI/L, rebaixamento de consciência ou disfunção cardíaca) e não grave com sinais de alerta (dor ou sensibilidade abdominal, vômitos persistentes, acúmulo de líquido, sangramento de mucosa, letargia, inquietação, hepatomegalia) ou sem sinais de alerta.

Resultados

De outubro/2024 a abril/2025, foram identificados 40 pacientes com dengue: 33 (82,5%) com LMC e 7 com NMP (PV: 6 [15%]; TE: 1 [2,5%]; MF: 0). A mediana de idade foi de 58 anos (37–79); 22 (55%) homens. Nenhum paciente havia sido vacinado contra a dengue. Tratamentos para LMC: imatinibe (11, 27,5%), dasatinibe (7, 17,5%), nilotinibe (2, 5%), bosutinibe (1, 2,5%), ponatinibe (1, 2,5%) e em remissão de tratamento (TFR) (12, 30%). Para NMP: hidroxiureia (6, 15%) e sem medicação (1, 2,5%).

Sintomas mais frequentes: febre (36, 90%), cefaleia (35, 87,5%), dor no corpo ou nas articulações (39, 97,5%), fraqueza (36, 90%), dor abdominal (19, 47,5%), vômitos (17, 42,5%), eritema (15, 37,5%), irritabilidade (7, 17,5%), hipotensão e/ou síncope (9, 22,5%), acúmulo de líquido em cavidades (4, 10%), sangramento (1, 2,5%). Classificação da dengue: 29 (72,5%) com sinais de alerta, 10 (25%) sem sinais de alerta e 1 (2,5%) grave. Vinte e oito (70%) precisaram de hidratação intravenosa, seis (15%) foram internados, cinco (12,5%) interromperam o inibidor de tirosina quinase (TKI) por 3–7 dias devido à trombocitopenia, e um paciente recebeu transfusão. Todos se recuperaram. Onze (27,5%) tiveram um segundo episódio de dengue.

Discussão e conclusão

Este é o primeiro relato de uma série de casos de dengue em LMC e NMP clássica. Houve alta frequência de casos com sinais de alerta, sendo necessário suspensão temporária de TKI em alguns pacientes. Nenhum óbito foi registrado. O elevado número de casos pode estar relacionado à circulação simultânea dos sorotipos DENV-1, DENV-2 e DENV-3, além das condições climáticas com temperaturas acima da média histórica. A disponibilidade de vacinas contra a dengue no futuro poderá ser capaz de reduzir o número de casos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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