HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO avanço das tecnologias digitais tem impulsionado o desenvolvimento de recursos educacionais no cuidado pediátrico. Contudo, a simples criação de tecnologias não garante seu impacto: é essencial avaliar sua implementação na prática clínica. A Ciência da Implementação emerge como campo estratégico para analisar como, por que e em que condições uma tecnologia é efetivamente adotada em serviços de saúde. Crianças, muitas vezes, não são colocadas como protagonistas de seu autocuidado e possuem compreensões variadas sobre o que devem fazer em relação à sua doença crônica. Essa condição estará presente durante todo o seu crescimento e desenvolvimento, na transição para a adolescência e na fase adulta. Estudos recentes sugerem que tecnologias educacionais tem grande potencial para melhorar a qualidade de vida do público-alvo, como a redução da frequência da dor, comum em anemia falciforme.
ObjetivosAvaliar a implementação de um modelo educativo-assistencial centrado em vídeo educativo, visando ao autocuidado e à melhoria da qualidade de vida de crianças com anemia falciforme. Realizar capacitações com profissionais de saúde para utilização do vídeo por eles; analisar a compreensão dos cuidadores sobre suas percepções das interações entre os profissionais de saúde e as crianças e avaliação do vídeo educativo; implementar o vídeo educativo no atendimento ao público infantil; criar outros produtos educativos como gibis, livro de colorir e um diário da dor; avaliar o autocuidado das crianças com anemia falciforme, comparando os resultados entre os grupos controle e intervenção; elaborar uma proposta sistêmica para a utilização sustentável do vídeo educativo e outras tecnologias associadas no autocuidado de crianças com anemia falciforme.
Material e métodosTrata-se de uma pesquisa aplicada, de abordagem qualitativa e quantitativa, estruturada em oito etapas conforme diretrizes da Ciência da Implementação. A intervenção será realizada em serviços ambulatoriais e de urgência/emergência especializados em hematologia pediátrica. A etapa quantitativa utilizará análise estatística inferencial, enquanto a qualitativa será conduzida com suporte do software IRAMUTEQ. O estudo já foi aprovado pelos comitês de ética de duas instituições participantes.
ResultadosEspera-se aumento na capacidade de autocuidado das crianças, melhoria em indicadores de qualidade de vida e comunicação, bem como impactos positivos nos fluxos assistenciais e na percepção dos cuidadores sobre o manejo da doença. O estudo contribuirá com evidências concretas sobre estratégias de implementação de tecnologias educacionais em contextos clínicos pediátricos.
Discussão e conclusãoA tecnologia central da intervenção é um vídeo educativo validado cientificamente, cujo conteúdo será inserido no cotidiano do cuidado clínico. A implementação será acompanhada por ações articuladas com cuidadores e profissionais de saúde, além da criação de novos materiais derivados (como gibis, livros interativos e diário da dor), todos protagonizados pela personagem principal do vídeo: Márcia, irmã das hemácias. Este estudo é o projeto de doutorado da autora que desenvolveu um vídeo educativo no mestrado e agora irá implementá-lo no doutorado.




