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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 2961
Acesso de texto completo
CRIPTOCOCOSE EM PACIENTE COM LINFOMA DE HODGKIN
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EJ Watanabe Franco, IM Ressineti Mendes Campo, P Paulin, ER de Mattos, CP de Oliveira, MP Luizon, DF Corrêa Neto, MM de Paulo, MR Lima Perugini, LW Castello Branco
Hospital Amaral Carvalho, Jaú, SP, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A criptococose é uma infecção fúngica invasiva provocada por Cryptococcus neoformans ou Cryptococcus gattii; sendo o primeiro o mais comum. Meningoencefalite e broncopneumonia são as apresentações clínicas mais comuns. É uma condição mais prevalente em pacientes HIV positivos, sobretudo com Síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA). Linfoma de Hodgkin (LH) é neoplasia maligna B linfoproliferativa, histologicamente caracterizada por infiltração de células Reed-Stenberg, com potencial de imunossupressão secundário a estado inflamatório crônico e invasão medular. Há poucos relatos de casos com a associação criptococose e Linfoma de Hodgkin, sendo que nesses, a maioria dos pacientes apresentam tempo de diagnóstico maior que 1 ano, estágio IV e linfopenia.

Descrição do caso

Paciente de 54 anos, masculino, sem comorbidades prévias, diagnóstico recente de Linfoma de Hodgkin (Ann Arbor: IVBx, acometimento de medula óssea). No 21° dia do primeiro ciclo de ABVD (Doxorrubicina, Bleomicina, Vimblastina e Dacarbazina) interna com quadro de confusão mental, neutropenia com ausência de febre. Tomografia de crânio com hidrocefalia supratentorial discreta não comunicante; análise de líquor com baixa celularidade, hipoglicorraquia, proteinorraquia normal, tinta da China positiva e cultura com crescimento de Cryptococcus neoformans; além de hemoculturas evidenciando o mesmo microorganismo. Iniciado anfotericina associado a fluconazol além de antibiótico de amplo espectro (por conta de neutropenia febril) porém paciente evolui a óbito secundário a hipertensão intracraniana e sepse.

Conclusão

Cryptococcus spp. é um fungo encapsulado associado a infecções oportunistas em pacientes imunossuprimidos. Possui incidência global de 1 milhão casos/ano, sendo 90% desses casos relacionados a SIDA; em casos de pacientes oncológicos, 82% são neoplasias de origem hematológica e 54% destes possuem linfoma. Na abordagem diagnóstica, é importante a realização de exames de imagem de crânio para avaliar sinais de hipertensão intracraniana além de punção lombar com análise citológica, bioquímica, tinta da China e cultura. O diagnóstico definitivo é feito com positividade da cultura ou anatomopatologico com Cryptococcus spp. O tratamento de primeira escolha é feito em 3 etapas: indução com Anfotericina lipossomal B 3 mg/kg/dia endovenosa associado a Flucitosina 100 mg/kg/dia oral de 6/6 horas (na indisponibilidade desse último, pode-se usar fluconazol 1200 mg/dia) por pelo menos duas semanas; consolidação com Fluconazol 400 a 800 mg/dia via oral ou endovenosa por pelo menos oito semanas seguida de manutenção Fluconazol 200 a 400 mg/dia de seis a doze meses. Durante o tratamento é importante a monitorização da pressão intracraniana, sendo indicado drenagem se pressão for maior que 20 cmH2O. A mortalidade varia entre 20-40% dos casos. A criptococose é uma das infecções oportunistas mais comuns, majoritariamente associados a pacientes portadores de SIDA, porém pode estar presente em outras formas de imunossupressão ou até mesmo em paciente imunocompetentes. Dentro dos casos associados a neoplasias malignas, há um predomínio de doenças hematológicas com destaque para os linfomas. É uma condição com alta morbimortalidade e, dessa forma, o diagnóstico diferencial em pacientes soronegativos com neoplasias hematológicas deve ser destacado a fim de tentar aumentar a sobrevida destes pacientes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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