Compartilhar
Informação da revista
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 3375
Acesso de texto completo
CORRELAÇÃO ENTRE DIABETES INSIPIDUS CENTRAL E DISTÚRBIOS HEMOSTÁTICOS ASSOCIADOS AO METABOLISMO DO FATOR DE VON WILLEBRAND, COM BASE NA LITERATURA
Visitas
33
MA Silva Junior, MSS Costa, AFLdA Alves, PAB Fernandes, MCdO Belarmino, IG Henriques, VC Silva, PG Medeiros Neto
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, RN, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

Mais dados
Introdução

O Diabetes Insipidus Central (DIC) é uma condição endócrino-metabólica rara, caracterizada pela deficiência de Arginina Vasopressina (AVP), um hormônio fundamental para a regulação do balanço hídrico e eletrolítico do corpo. A deficiência de AVP resulta de um mau funcionamento na neuro- hipófise, responsável por sua liberação. A etiologia da doença é predominantemente adquirida, com a minoria dos casos sendo de origem congênita. Entre as causas adquiridas mais comuns estão tumores hipofisários, traumatismos cranianos, intervenções cirúrgicas na região da sela turca e doenças inflamatórias ou autoimunes. As manifestações clínicas mais evidentes do DIC são a poliúria e a polidipsia, que derivam diretamente dos distúrbios na homeostase do sódio e da água. Além de seu papel na regulação da diurese, a AVP possui uma função hemostática significativa. O hormônio atua estimulando a secreção de Fator de Von Willebrand (FvW) do endotélio vascular. O FvW é uma glicoproteína essencial na cascata de coagulação, com duas funções principais: promover a adesão plaquetária ao endotélio lesado e servir como carreador para o fator VIII, protegendo-o da degradação e otimizando sua atividade.

Objetivos

Avaliar, por meio de uma revisão de literatura, a possível correlação entre o diabetes insipidus central e distúrbios hemostáticos associados à deficiência ou disfunção do Fator de Von Willebrand.

Material e métodos

Para atingir esse objetivo, foi realizada uma pesquisa qualitativa em bases de dados bibliográficas como PubMed/MedLine e LILACS/BVS. Os descritores utilizados foram “diabetes insipidus” e “Von Willebrand Factor”, em busca de artigos que pudessem estabelecer uma relação direta entre as duas condições. No entanto, a busca inicial resultou em um número limitado de artigos, e nenhum deles abordava diretamente a correlação específica entre a deficiência de AVP no DIC e a presença de distúrbios hemostáticos.

Discussão e Conclusão

A revisão bibliográfica revelou uma escassez de estudos que investiguem diretamente a relação entre o diabetes insipidus central e distúrbios hemostáticos ligados ao FvW. Os artigos encontrados se concentravam principalmente em outros aspectos: a inexistência de correlação entre diabetes insipidus nefrogênico e a Doença de Von Willebrand (DVW), e a conhecida eficácia do desmopressin no tratamento de pacientes com DVW. A falta de estudos sobre a temática sugere que, na prática clínica, o impacto de uma possível deficiência hemostática em pacientes com DIC não é clinicamente perceptível a ponto de demandar estudos epidemiológicos ou ensaios clínicos para correlacionar as duas condições. Porém, aprofundando-se na fisiopatologia, é possível levantar hipóteses teóricas. O FvW é sintetizado tanto em megacariócitos quanto nas células endoteliais, e sua liberação é modulada por diversos hormônios do eixo hipofisário, incluindo a AVP, hormônios tireoidianos e estrogênios. A maioria dos casos de DIC é de origem adquirida, frequentemente decorrente de doenças hipofisárias que podem necessitar de tratamento cirúrgico. Nesse contexto, a deficiência hormonal pré-existente ou induzida pela cirurgia poderia, teoricamente, afetar a hemostasia do paciente. Uma disfunção hemostática, ainda que leve, poderia ter implicações na morbidade e mortalidade, impactando diretamente o tempo de internação e a cicatrização de feridas cirúrgicas. Assim, novos estudos são importantes para elucidar se a DIC pode predispor disturbios hemostáticos subclínicos relevantes em contextos específicos, como perioperatório.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas