HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) é um procedimento terapêutico complexo, indicado para diversas doenças hematológicas malignas e não malignas. Consiste na infusão de células progenitoras hematopoéticas com o objetivo de restaurar a função medular em pacientes submetidos a tratamentos mieloablativos ou com falência da medula óssea. Apesar de seu potencial curativo, o TCTH está associado a longos períodos de imunossupressão, aumentando significativamente a vulnerabilidade a infecções. As complicações infecciosas representam uma das principais causas de morbimortalidade no período pós-transplante, variando conforme o tipo de transplante, fase de evolução e estado imunológico do receptor. Nesse cenário, a equipe de enfermagem, por meio da vigilância constante e da educação do paciente, assume um papel central na identificação de riscos e na implementação de medidas preventivas. A identificação dessas complicações, seus agentes etiológicos e medidas preventivas são essenciais para uma abordagem clínica segura e eficaz.
ObjetivosRevisar a literatura científica atual sobre as principais complicações infecciosas em pacientes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas, destacando fatores de risco, agentes etiológicos, estratégias preventivas e impacto clínico.
Material e métodosFoi realizada uma revisão narrativa da literatura nas bases PubMed, Embase e Scopus, utilizando os descritores: “transplante de células-tronco hematopoéticas”, “infecções”, “complicações infecciosas” e “imunossupressão”, combinados pelos operadores booleanos AND e OR. Foram incluídos artigos publicados entre 2019 e 2024, nos idiomas português, inglês e espanhol.
Discussão e conclusãoA revisão da literatura demonstrou que as infecções bacterianas predominam nas primeiras semanas pós-transplante, frequentemente associadas à neutropenia e à presença de dispositivos invasivos. As infecções fúngicas invasivas, como as causadas por Aspergillus spp. e Candida spp., são mais comuns em pacientes imunossuprimidos, especialmente na presença de doença do enxerto contra o hospedeiro. Já as infecções virais, como a reativação do citomegalovírus (CMV) e do vírus Epstein-Barr (EBV), são características das fases tardias, exigindo vigilância prolongada. A prevenção e o manejo dessas infecções são cruciais para a segurança do paciente. Estratégias como antibioticoprofilaxia, uso de antifúngicos, rastreamento laboratorial, vacinações e isolamento reverso são eficazes na redução de riscos. O manejo precoce, aliado à atuação multiprofissional, contribui para a melhora da sobrevida e da qualidade de vida dos pacientes transplantados. As infecções no pós-TCTH continuam sendo um desafio clínico complexo e multifatorial. A atuação proativa da equipe de saúde, com ênfase na identificação precoce, adoção de protocolos preventivos e intervenção rápida, é crucial para mitigar complicações e garantir segurança assistencial. Protocolos bem estruturados, capacitação contínua e monitoramento especializado são essenciais para melhores desfechos clínicos.




