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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 3442
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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS BASAIS DE PACIENTES COM LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA (LLC) DE 11 PAÍSES DA AMÉRICA LATINA: UMA ANÁLISE DE REGISTRO DO MUNDO REAL
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AC Olivera, CC Justinob, C Arrais-Rodriguesb, MS Cugliaric, GG Cunhab, L Cardozod, L Perobellie, V Buccherif, CS Chiattoneg, L Malpicah
a Hospital Británico, Montevideo, Uruguai
b Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
c Instituto de Oncología Angel H. Roffo, Facultad de Medicina, Universidad de Buenos Aires (UBA), Buenos Aires, Argentina
d Hospital Central del Instituto de Previsión Social, Asunción, Paraguai
e Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini (HTEJZ), São Paulo, SP, Brasil
f Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
g Hospital Samaritano, São Paulo, SP, Brasil
h MD Anderson Cancer Center, Houston, Estados Unidos
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A leucemia linfocítica crônica (LLC) apresenta diversas manifestações clínicas e o acesso a ferramentas de diagnóstico e estadiamento varia significativamente por toda a América Latina (LATAM).

Objetivos

Analisar as características clínicas basais, os achados moleculares e os resultados dos pacientes em um registro colaborativo de LLC da América Latina.

Material e métodos

Dados retrospectivos de 4.654 pacientes com LLC diagnosticados entre 2000 e 2024 foram coletados em 11 países da América Latina: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Guatemala, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.

Resultados

A idade média foi de 67 anos (21-106), maioria masculina (58,6%). No diagnóstico, o estágio Binet (4.249 pacientes) indicou: 62,1% no estágio A, 21,7% no B e 16,5% no C. O estágio Rai (3.875 pacientes) indicou: 36,2% em estágio 0, 23% est I, 11,1% est II, 5,9% est III e 7,1% est IV. O status de desempenho ECOG (n = 2.756) foi 0 em 60,7% dos pacientes, 1 em 29,2%, e ≥ 2 em 10,1%. Entre os 1.648 pacientes com pontuação CIRS disponível, a pontuação mediana foi 4, e 35,4% deles tinham pelo menos uma comorbidade. Os dados laboratoriais mostraram DHL elevada em 29% (864/2983) dos pacientes e β2-microglobulina elevada em 46,3% (1.050/2.269). Dados citogenéticos e moleculares estavam disponíveis para subgrupos de pacientes. O painel FISH com quatro sondas foi realizado em 634 pacientes, dos quais 19% apresentavam del(13q), 16% apresentavam +12, 13% apresentavam del(11q) e 19% apresentavam del(17p). O FISH isolado para del(17p) foi positivo em 12% (122/1.015) e mutações TP53 em 16,4% (56/342). O status da mutação IGHV não foi coletado sistematicamente. Após mediana de 49 meses, a mediana da sobrevida livre de tratamento (SLT) foi de 38 meses. A SLT foi significativamente mais longa em centros privados (46 meses) do que em públicos (31 meses, p = 0,01). Entre os 921 pacientes com dados disponíveis, a SLT foi mais curta entre aqueles com del(17p) (13 vs 25 meses, p = 0,005). Entre os 543 pacientes com um painel FISH completo, a SLT mais curta foi observada em pacientes com del(17p) (23 meses) e del(11q) (20 meses), seguidos por +12 (31 meses) e FISH normal (33 meses). A SLT mais longa foi observada em pacientes com del(13q) (60 meses). A mediana da sobrevida global (SG) não foi alcançada. A SG em cinco anos foi menor em centros públicos (88%) em relação a centros privados (93%, p = 0,03), em pacientes com β2-microglobulina elevada (85% vs 96%, p < 0,0001), em pacientes com DHL elevada (83% vs 92%, p < 0,0001) e diminuiu progressivamente de acordo com o estágio de Binet (95% para o estágio A, 85% para o estágio B e 72% para o estágio C). Entre os 921 pacientes com dados disponíveis, a sobrevida livre de sintomas foi significativamente menor naqueles com del(17p) (79%) do que naqueles sem (89%, p = 0,001).

Discussão e conclusão

Esse grande estudo multicêntrico de vida real destaca a heterogeneidade clínica e terapêutica da LLC na América Latina. Apesar da maioria dos pacientes apresentar estágio inicial, uma proporção significativa apresenta características de alto risco, como del(17p), mutações TP53 e níveis elevados de DHL ou β2- microglobulina. Tais descobertas corroboram o valor prognóstico desses biomarcadores e destacam a escassez de ferramentas de estratificação de risco na região. Esses resultados destacam a necessidade de ampliar o acesso ao diagnóstico molecular e de fortalecer a educação médica para promover o tratamento baseado em evidências para a LLC na América Latina.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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