HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA coleta adequada de amostras para exames pré-transfusionais consiste em etapa crítica à segurança e eficácia da transfusão sanguínea. Por outro lado, o tempo de coleta e transporte das amostras influencia diretamente a agilidade da realização destes testes, sendo essencial a redução desse intervalo para viabilizar a conclusão do processo transfusional, especialmente em situações de urgência. Neste contexto, o uso da tecnologia de Transporte Pneumático Hospitalar (TPH) surge como alternativa eficiente ao transporte manual, realizado pela equipe assistencial, após coleta das amostras beira leito. Essa tecnologia permite o envio rápido e seguro de amostras por meio de tubos pneumáticos que conectam os andares do hospital, reduzindo, assim, o tempo de deslocamento e otimizando fluxos internos.
ObjetivoEste estudo teve como objetivo validar a implementação de uma tecnologia de transporte pneumático hospitalar na redução do tempo de envio de amostras destinadas à realização de exames pré-transfusionais no Banco de Sangue do Hospital Sírio-Libanês.
Materiais e métodosO estudo foi conduzido de acordo com um protocolo de validação do transporte e análise das amostras de tipagem sanguínea de pacientes internados no Hospital Sírio- Libanês. Foram realizadas as seguintes etapas: instalação e aprovação do local de envio e chegada das amostras, bem como a padronização de um invólucro plástico, na qual a amostra é acondicionada e introduzida na cápsula de transporte. Adicionalmente, foram comparados os parâmetros de transporte por via convencional e TPH de 30 amostras de sangue total, incluindo o tempo total do processo, a integridade e identificação dos tubos, bem como o grau de hemólise das amostras após transporte como parâmetro de qualidade.
ResultadosNão foram registradas intercorrências durante a implementação da TPH que inviabilize o seu uso. Os tubos das amostras foram entregues ao destino final com integridade preservada e devidamente acondicionados. O estudo comparativo do tempo de transporte dos dois métodos evidenciou uma redução de até 20% no tempo de envio de amostras ao setor de hemoterapia, quando utilizado o TPH. A média de tempo de transporte convencional foi de quarenta e cinco minutos, frente a de trinta e seis minutos quando utilizada a tecnologia pneumática. Quando analisada a qualidade da amostra transportada, a avaliação do grau de hemólise demonstrou que não houve diferença significativa entre os métodos testados, mantendo-se dentro dos parâmetros aceitáveis para análise laboratorial.
DiscussãoOs resultados obtidos indicam que o transporte por cápsula pneumática não compromete a integridade da amostra. Além disso, a redução do tempo de transporte com o uso da TPH representa um ganho operacional relevante, oferecendo subsídios objetivos para a incorporação segura dessa metodologia na rotina dos serviços hemoterápicos. Entretanto, o sucesso na implementação da TPH depende de alguns aspectos importantes, incluindo a adequação do acondicionamento da amostra e vedação da cápsula, bem como do uso de esponjas dentro da cápsula para redução de impactos durante o transporte.
ConclusãoO sistema de tubulação pneumática testado demonstrou ser adequado ao envio de amostras de sangue para o laboratório, preservando a integridade das mesmas com reduzido tempo de transporte. Assim, este método poderá ser uma alternativa inovadora na otimização dos processos hemoterápicos.




