HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosAs células natural killer (NK) estão diretamente ligadas ao combate às células tumorais, podendo ser classificadas de acordo com a expressão de CD56. As NKs conhecidas como CD56dim possuem uma baixa expressão de CD56 e contém maior concentração de grânulos citotóxicos, além de ser predominante (90%) na circulação do sangue periférico. Já as NKs CD56bright, tem alta expressão de CD56, são equivalentes a cerca de 10% da população de células NKs e têm como principal função a produção de citocinas.
ObjetivosQuantificar, em pacientes com LMC, o número de células NK e os seus subtipos em níveis basais e após estímulo com IL-2 e IL-15, comparando entre as fases da doença.
Material e métodosCélulas mononucleadas do sangue periférico (PBMCs) de pacientes com LMC foram separadas por meio do gradiente de densidade e mantidas em cultura sem estímulo, com estímulo de IL-2 (1000U) e estímulo com IL-15 (1000U), em triplicatas a 37°C por 72h, em meio RPMI. Após o período de incubação, as células foram marcadas com anti-CD3 e anti-CD56 e as células NK foram identificadas como CD3-CD56+. Foram adquiridos 1000 eventos em citômetro de fluxo e avaliado o percentual de células que expressavam baixa e alta expressão de CD56.
ResultadosNão foi observada diferença significativa no número de células NK totais em relação à presença ou não dos estímulos. Entretanto, em células estimuladas seja com IL-2 ou IL-15 observou-se uma maior quantidade de células NKbright e uma menor quantidade de células NKdim, comparado aos níveis basais. Em relação às fases da doença, houve um maior número de células NKbright nos pacientes em fase de transformação do grupo após estímulo IL-2 (p = 0,0004) comparado ao estado crônico, porém sem diferença no número de células NKdim. Já em células estimuladas com IL-15, houve um aumento tanto de NKbright (p = 0,0249), quanto de NKdim (p = 0,0252) em paciente na fase de transformação comparados àqueles em fase crônica.
Discussão e conclusãoOs dados indicam que a estimulação com IL-2 e IL-15 não alterou o número total de células NK, mas promoveu aumento da subpopulação NKbright e redução da NKdim. Esse perfil sugere uma ativação diferencial induzida pelas interleucinas, com possível mudança funcional das células NK. Pacientes na fase de transformação apresentaram maior frequência de células NKbright após estímulo com IL-2, enquanto o estímulo com IL-15 promoveu aumento tanto de NKbright quanto de NKdim em comparação com pacientes em fase crônica. Esses achados apontam para um perfil imunológico mais ativado em fases avançadas da LMC, especialmente sob estímulo com IL- 15, o que pode ter relevância para estratégias terapêuticas baseadas em imunomodulação. Os resultados demonstraram que, embora IL-2 e IL-15 não alterem o número total de células NK em pacientes com LMC, ambas as interleucinas modulam o perfil fenotípico dessas células, promovendo aumento da subpopulação NKbright. A IL-2 mostrou efeito mais seletivo, enquanto a IL-15 induziu ativação mais ampla, especialmente em pacientes na fase de transformação da doença.
FinanciamentoUFTM, FAPEMIG e CNPq.




