HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO transplante de medula óssea (TMO) e a terapia celular são terapias avançadas essenciais para o tratamento de doenças hematológicas malignas e não malignas, como leucemias, linfomas e imunodeficiências. A complexidade do procedimento exige uma atuação especializada do enfermeiro para garantir a segurança do paciente, a efetividade do tratamento e a redução de complicações, contribuindo para a qualidade do serviço e a sobrevivência do paciente.
ObjetivosDescrever as principais atribuições do enfermeiro no contexto do TMO e terapia celular, destacando estratégias para prevenção de complicações, otimização do cuidado e promoção da hemovigilância.
Material e métodosRevisão integrativa da literatura nas bases PubMed, Scielo e BVS, entre 2015 e 2024, com os descritores “nursing”, “bone marrow transplant”, “cell therapy” e “patient safety”. Foram selecionados estudos em português e inglês focados na atuação da enfermagem no TMO. Estudos mostram que intervenções de enfermagem baseadas em protocolos padronizados reduzem em até 35% a incidência de infecções relacionadas ao cateter e em 40% as complicações imunológicas pós-transplante (Kumar et al., 2021). O monitoramento rigoroso de sinais de síndrome do enxerto contra hospedeiro (SECH) e reações transfusionais é essencial, considerando que a taxa média de SECH aguda varia entre 30-50% em pacientes alogênicos (MS, 2023). A rastreabilidade completa das células hematopoiéticas administradas, garantida pelo enfermeiro, é mandatória para evitar erros transfusionais, que, embora raros (0,3 a 0,5%), podem ser fatais (WHO, 2022). Além disso, a capacitação contínua da equipe de enfermagem fortalece a cultura de segurança e a hemovigilância, fundamentais para a redução de eventos adversos (Souza et al., 2021). A atuação integrada do enfermeiro com a equipe multiprofissional promove o cuidado centrado no paciente, melhorando indicadores clínicos e satisfação do paciente.
Discussão e conclusãoA complexidade técnica e emocional do TMO exige enfermeiros capacitados em competências técnicas e habilidades interpessoais. A literatura destaca que a adoção de protocolos baseados em evidências e o uso de sistemas informatizados para registro e monitoramento aumentam a segurança e reduzem falhas (Johnson et al., 2020). Entre os desafios, destaca-se a subnotificação de eventos adversos e a necessidade de recursos para treinamento e tecnologia. O investimento em educação continuada e integração da hemovigilância com práticas inovadoras, como telemonitoramento, são apontados como estratégias para superar essas barreiras. A atuação do enfermeiro no transplante de medula óssea e terapia celular é fundamental para assegurar um cuidado seguro, eficaz e humanizado. A capacitação técnica contínua, protocolos rigorosos e vigilância constante promovem a qualidade do tratamento, contribuindo para a redução de complicações e melhoria dos desfechos clínicos.
Referências:
Kumar A, et al. Impact of nursing protocols on infection rates post bone marrow transplant. J Clin Nurs. 2021;30:450-9.
Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes para hemovigilância em transplante de medula óssea. Brasília: Ministério da Saúde; 2023.
Souza RF, et al. Hemovigilance and nursing education in transplantation. Rev Bras Hematol Hemoter. 2021;43:e20210104.
World Health Organization (WHO). Blood safety and transfusion-related adverse events. Geneva: WHO; 2022.




