HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosAs leucemias agudas são neoplasias hematológicas de rápida evolução e alta letalidade. O diagnóstico precoce e o monitoramento da resposta terapêutica são determinantes para o prognóstico. A citometria de fluxo multiparamétrica (CFM) consolidou-se como ferramenta central na caracterização imunofenotípica, detecção de doença residual mensurável (DRM) e suporte às classificações recentes da OMS (WHO-HAEM5) e da International Consensus Classification (ICC).
ObjetivosRevisar evidências publicadas no último ano sobre a aplicação da CFM no diagnóstico e acompanhamento de leucemias agudas, destacando avanços tecnológicos e implicações clínicas.
Material e métodosFoi realizada busca na PubMed com os descritores “flow cytometry” AND “acute leukemia”, filtrando revisões de agosto/2024 a agosto/2025. Quatro artigos foram incluídos, contemplando leucemias mieloides, linfoides e de linhagem ambígua.
ResultadosA CFM permite definição rápida do imunofenótipo celular, identificação da linhagem e detecção de alterações antigênicas associadas a mutações recorrentes. Na leucemia mieloide aguda (LMA), sua integração com dados genéticos e citogenéticos aprimora a estratificação prognóstica e orienta a escolha terapêutica. É também essencial na detecção de DRM com alta sensibilidade, favorecendo intervenções precoces para evitar recaídas. Estudos recentes demonstraram a utilidade da citometria espectral, capaz de analisar mais marcadores em um único tubo, otimizando diagnóstico e acompanhamento de leucemias linfoides agudas pediátricas. Em leucemias de linhagem ambígua, a CFM é fundamental para classificação segundo critérios fenotípicos atualizados, diferenciando fenótipos mistos e orientando condutas. O uso de aprendizado de máquina mostra potencial para automatizar a análise de dados citométricos e prever alterações genéticas.
DiscussãoA CFM permanece padrão ouro para imunofenotipagem nas leucemias agudas e seu papel na personalização terapêutica tende a crescer. Tecnologias emergentes, como citometria espectral e inteligência artificial, ampliam a acurácia diagnóstica e reduzem variabilidade entre analistas. Persistem desafios como padronização interlaboratorial e integração com outros métodos diagnósticos.
ConclusãoA CFM é indispensável no diagnóstico, classificação e monitoramento das leucemias agudas. Avanços recentes ampliam seu potencial clínico e favorecem abordagens individualizadas, com impacto positivo no prognóstico.
Referências:
Fuda F, Chen W. Acute leukemia of ambiguous lineage: diagnosis and evaluation by flow cytometry. Cancers (Basel). 2025;17(5):871. doi:10.3390/cancers17050871.
Cai Q, Wang M, Sun J, Li Y, Zhang H, Liu X, et al. Flow cytometry in acute myeloid leukemia and detection of minimal residual disease. Clin Chim Acta. 2025;564:119945. doi:10.1016/j.cca.2024.119945.
Ally F, Chen X. Acute myeloid leukemia: diagnosis and evaluation by flow cytometry. Cancers (Basel). 2024;16(22):3855. doi:10.3390/cancers16223855.




