HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosAs reações transfusionais são explicadas como eventos adversos que podem ocorrer durante ou após a transfusão de hemocomponentes, de forma leve ou grave variando em reações imunes, ou não imunes.
ObjetivosAnalisar os tipos de reações transfusionais sucedidas no período de 01/01/2024 à 30/06/2025 nos hospitais atendidos pelo Grupo GSH, identificando os tipos de reação e os hemocomponentes envolvidos.
Material e métodosPara a análise dos dados foi utilizado o sistema informatizado do Grupo GSH, esse sistema é operado nas agências transfusionais que estão alocadas em hospitais privados da cidade de Salvador e Feira de Santana–BA. Esses dados foram então coletados e mensurados, a partir de uma avaliação retrospectiva do período de janeiro de 2024 a junho de 2025. Com isso, foram computados os tipos de reações transfusionais e os hemocomponentes envolvidos nas reações.
ResultadosNo período em questão, foram registrados um total de 30.841 transfusões de hemocomponentes e identificado 69 reações transfusionais, sendo elas: 52% (36) reações alérgicas; 35% (24) reação febril não hemolítica; 1,5% (01) reação hemolítica aguda; 1,5% (01) reação por contaminação bacteriana; 06% (04) reações por sobrecarga volêmica e 04% (03) reações com aloimunização/aparecimento de anticorpos irregulares.
Discussão e conclusãoA partir desses achados, foi possível perceber que o hemocomponente que mais está envolvido em episódios de reação transfusional é o Concentrado de Plaquetas, correspondendo a 55% desse total e o Concentrado de Hemácias que corresponde a 45%. Sendo que, na reação do tipo Alérgica, o Concentrado de Plaquetas, está envolvido em 78% das notificações e nas reações febris não hemolíticas o Concentrado de Hemácias está envolvido em 63% das reações desse tipo. A reação hemolítica aguda está vinculada a transfusão de plaqueta e as reações por contaminação bacteriana, sobrecarga volêmica e aloimunização estão atreladas a transfusão de Concentrado de Hemácias. Na análise dos dados verificamos que com base no número total de transfusões realizadas no período, a porcentagem de reações transfusionais confirmadas é abaixo de 1%, se confrontamos esse resultado com a hipótese apresentada pela Anvisa de que a taxa de reação transfusional no Brasil pode encontrar-se mais próxima de 5 ocorrências a cada 1.000 transfusões, avaliamos que estamos abaixo dessa estatística o que pode estar vinculado a adesão de protocolos institucionais como o uso de 100% dos hemocomponentes filtrados, a fenotipagem de pacientes com doenças hematológicas e a transfusão de hemocomponentes irradiados de acordo a necessidade clínica do paciente e seguindo as diretrizes da portaria vigente, o que aumenta a segurança transfusional. Todavia, não pode ser descartada a possibilidade da subnotificação, o que é minimizado diariamente através do empenho das equipes técnicas com a realização da busca ativa e hemovigilância dessas transfusões. Esta análise nos confirma a necessidade de uma constante observação de todos os aspectos relacionados a transfusão sanguínea através da hemovigilância e a importância da adesão a protocolos institucionais que visem a segurança do paciente e treinamento das equipes assistenciais para identificação rápida possíveis de sinais e sintomas relacionados a reação transfusional.




