HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosAs reações transfusionais são eventos adversos que podem ocorrer durante ou após a administração de hemocomponentes, exigindo atenção clínica, protocolos bem definidos e vigilância constante.
ObjetivosAnalisar as notificações de reações transfusionais registradas no centro de referência da Amazônia brasileira nos anos de 2024 e 2025.
Material e métodosEstudo retrospectivo e descritivo realizado na Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas- HEMOAM, baseado em dados secundários extraídos do sistema online interno- HemosysAT, nos anos de 2024 e 2025. Foram consideradas exclusivamente as notificações com status “Concluída”, classificadas conforme o tipo clínico informado. Aprovado pelo Comitê de Ética, Parecer: 6.969.379 de 2024.
ResultadosComparando os dados de 2024 e 2025 (até julho), observa-se uma leve variação na prevalência dos tipos de reações transfusionais mais comuns. A reação febril não hemolítica, que representou 41% das notificações em 2024 (16 registros de 39), passou a representar 35% em 2025 (12 de 34). A reação alérgica leve, por sua vez, aumentou sua representatividade de 33% em 2024 (13 de 39) para 35% em 2025 (12 de 34). Apesar de os dados de 2025 contemplarem apenas o período até julho, o número de notificações já alcança 34 registros, o que corresponde a 87% do total registrado em todo o ano de 2024. Esse dado sugere uma redução nas subnotificações, refletindo avanços na sensibilização das equipes assistenciais, na consolidação dos protocolos de hemovigilância e na efetividade das ações de segurança do paciente. A frequência de reações febris não hemolíticas manteve-se elevada em ambos os anos, sugerindo um padrão clínico recorrente que merece atenção contínua. Por outro lado, não houve registros de reações hemolíticas agudas em 2025.
Discussão e conclusãoObserva-se padrões clínicos recorrentes e possíveis avanços nos processos de hemovigilância. A predominância das reações febris não hemolíticas e alérgicas leves em ambos os períodos reforça a necessidade de atenção contínua a esses eventos, que embora geralmente não graves, exigem condutas clínicas adequadas e monitoramento rigoroso. A redução percentual das reações febris não hemolíticas em 2025, aliada à estabilidade das reações alérgicas leves, pode indicar melhorias nos protocolos de preparo e administração dos hemocomponentes, bem como maior precisão na triagem dos pacientes. No entanto, é importante ressaltar que os dados de 2025 contemplam apenas o período até julho, o que pode influenciar a representatividade das reações febris não hemolíticas ao longo do ano. A ausência de registros de reações hemolíticas agudas em 2025 é um dado relevante, sugerindo avanços na compatibilização sanguínea e na segurança transfusional. Outro aspecto significativo é o número de notificações em 2025 que reflete uma redução nas subnotificações. Em síntese, os resultados evidenciam a importância da análise sistemática dos eventos adversos relacionados à transfusão, não apenas como ferramenta de controle, mas como instrumento estratégico para o aprimoramento da qualidade assistencial e fortalecimento da cultura de segurança nos serviços de saúde.




