Compartilhar
Informação da revista
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 3430
Acesso de texto completo
ANÁLISE DE SOBREVIDA DO MIELOMA MÚLTIPLO EM UM CENTRO DE ONCOHEMATOLOGIA NO INTERIOR DA BAHIA
Visitas
22
L Freire Rodriguesa, C Gomes Luciano Bastosa, M Magalhães Rochaa, O de Almeida Lyra Netob, I Moreira Carneiroc, M Cerqueira de Queiroza, LG Dourado Douradoa, E Cunha Piresd, R de Barros Silvaa, EM Macedo Costad
a Centro Universitário de Excelência (UNEX), Feira de Santana, BA, Brasil
b Faculdade UNIDOMPEDRO, Salvador, BA, Brasil
c Centro Universitário Alfredo Nasser (UNIFAN), Feira de Santana, BA, Brasil
d Unidade de Alta Complexidade e Atendimento em Oncologia (UNACON), Feira de Santana, BA, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

Mais dados
Introdução

O Mieloma Múltiplo (MM) é uma neoplasia hematológica decorrente da proliferação anormal de plasmócitos na medula óssea, sendo mais comum entre idosos é considerada uma patologia tratável, porém incurável. As estratégias terapêuticas são individualizadas, levando em consideração parâmetros como idade do paciente, progressão da doença e prognóstico. A sobrevida global no MM é influenciado por fatores como as características individuais do paciente, carga tumoral, presença de alterações citogenéticas e resposta ao tratamento. O transplante autólogo de células-tronco (TACT) é uma opção de tratamento para indivíduos elegíveis.

Objetivos

Descrever a relação entre os tipos de tratamento utilizados no SUS e a sobrevida dos pacientes com mieloma múltiplo em centro de Oncohematologia no interior da Bahia (UNACON) em Feira de Santana.

Material e métodos

Trata-se de uma coorte retrospectiva dos prontuários de 80 pacientes, escolhidos ao acaso, do total de 247 prontuários atendidos na UNACON. A análise de sobrevida foi calculada baseada na data da última consulta ou registro de enfermagem. Os pacientes foram divididos em três grupos: (transplantados), mais de duas terapias sem TACT e até duas terapias sem TACT. Para a análise dos dados, foi utilizado o programa SPP (versão 8), foram utilizados como métodos de análise o teste de T students e a regressão de Cox.

Resultados

A análise dos prontuários demonstrou que a população era composta por 59% do sexo masculino e 41% do sexo feminino, com idade média ao diagnóstico de 65 anos. Em relação a diferenças no tipo de tratamento, a análise pelo teste de t students demonstrou que pacientes que realizaram transplante apresentaram tempo de sobrevida significativamente maior (p = 0,024) do que aqueles que não realizaram. A análise de Cox demonstrou efeito protetor significativo (p = 0,04) associado ao transplante. O esquema terapêutico mais utilizado entre os não transplantados foi o Cybord (30%) e entre os não transplantados foram Cybord e CTD (38,5% cada).

Discussão e conclusão

Os achados confirmam o impacto positivo do transplante autólogo de células-tronco (TACT) na sobrevida global, com significância no teste t de Student (p = 0,024) e na regressão de Cox (p = 0,04). A idade média de 65 anos reflete o perfil epidemiológico do mieloma múltiplo e sugere limitações à elegibilidade, dada a maior frequência de comorbidades e menor reserva funcional nessa faixa etária. Mesmo em cenário de recursos limitados no SUS, o TACT manteve superioridade frente às terapias não transplantadoras. Nos não elegíveis, múltiplas linhas de tratamento não alcançaram o mesmo ganho de sobrevida, reforçando a importância da consolidação com transplante sempre que possível. Os resultados deste estudo reforçam o papel do transplante autólogo de células-tronco como estratégia central para prolongar a sobrevida de pacientes com mieloma múltiplo, mesmo em um cenário marcado por limitações terapêuticas e pela ausência de serviço transplantador no próprio centro, o que dificulta a triagem desses pacientes para o TACT. Apesar das dificuldades relacionadas ao transporte e o processo de regulação no SUS, ampliar o acesso ao transplante deve ser prioridade para o tratamento do MM.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas