HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA transfusão de sangue é uma estratégia terapêutica essencial para a segurança na realização de procedimentos cirúrgicos que envolvam riscos de sangramento intraoperatório e amplamente utilizada em todas as instituições hospitalares que realizam cirurgias de média e alta complexidade. A implantação de um protocolo de reserva eletiva se faz necessário para a segurança nos procedimentos e deve considerar os estoques de hemocomponentes, a quantidade segura necessária para cada tipo de procedimento e os custos envolvidos.
ObjetivosDescrever e analisar os tipos de solicitações de hemocomponentes para reserva cirúrgica cardíaca e comparar o quantitativo de preparados e transfundidos de um hospital do Estado de São Paulo com base no protocolo de reserva personalizado implantado no hospital.
Material e métodosTrata-se de um estudo do tipo transversal, descritivo e quantitativo. Foram analisados dados de procedimentos cirúrgicos cardíacos eletivos, registrados entre janeiro e dezembro de 2024. A base de dados foi obtida através de registros hospitalares de requisição médica para transfusão, da Agência Transfusional de um Hospital do Litoral Norte de São Paulo. As variáveis observadas foram: tipo de cirurgia cardíaca, quantidade de hemocomponentes solicitados, preparados e transfundidos, sendo categorizadas como quantitativa e qualitativa.
ResultadosFoi analisado um total de 110 requisições de solicitação de reserva de hemocomponentes para procedimentos cirúrgicos cardiovasculares eletivos no período de janeiro a dezembro de 2024, sendo solicitado um total de 329 Concentrados de Hemácias (CH), sendo preparados um total de 221 (67,17%) e um total de 45 transfundidos (13,68%). Foram analisados os procedimentos cirúrgicos cardíacos dos seguintes procedimentos: revascularização do miocárdio e troca valvar/ implante valvar. A revascularização do miocárdio foi a cirurgia mais frequente, sendo cerca de 87,27%, o procedimento de troca valvar cerca de 11,82% dos procedimentos realizados e 0,91% referente a cirurgia de ambos procedimentos na mesma solicitação. No Protocolo atual discriminamos a quantidade solicitada pelo médico para ficar em estoque disponível na agência, devido à distância e dificuldades logísticas para reposição, da quantidade efetivamente preparada conforme o protocolo. Do total de CH solicitados 46,81% foram compatibilizados com provas pré- transfusionais, 20,36% foram utilizados e 32,83% dos hemocomponentes solicitados não foram compatibilizados, reduzindo os custos de preparação.
DiscussãoÉ evidente que a implantação de um protocolo de reserva eletiva é fundamental para a segurança nos procedimentos cirúrgicos e a análise do perfil de cada instituição é essencial. A sua elaboração deve-se ser realizada com a participação de todos os envolvidos tanto a equipe do corpo clínico cirúrgico do hospital como da agência transfusional local com base científica e análises periódicas dos dados para avaliar a necessidade de alterações e o gerenciamento deste protocolo.
ConclusãoOs resultados indicam que o protocolo utilizado demonstra eficiência quanto ao índice de utilização e preparo de 20,36% visando a otimização dos estoques de CH e a diminuição dos custos com o preparo sem prejudicar a segurança para o paciente e procedimento. A inclusão no protocolo de uma porcentagem de bolsas que são mantidas em estoque, mas não são compatibilizadas demonstrou uma redução adicional de 32,83% nos custos de preparo pré-transfusional.




