HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO teste anti-HIV 1 e 2 é um exame laboratorial realizado por meio de análise de sangue para detectar anticorpos contra o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), tipos 1 e 2. É essencial para o diagnóstico da infecção, que, sem tratamento, pode evoluir para AIDS. Desde 1989, no Brasil, testes sorológicos para HIV são obrigatórios na triagem de doadores de sangue, assegurando a segurança transfusional.
ObjetivosAvaliar a prevalência de anticorpos anti-HIV 1 e 2 em doadores de sangue atendidos ao longo do ano de 2024 nas 12 unidades do Grupo GSH, localizadas em diferentes regiões do Brasil, a fim de compreender seu perfil epidemiológico.
Material e métodosEstudo retrospectivo e descritivo, baseado na análise dos resultados da triagem sorológica para HIV-1 e HIV-2, realizados coma a metodologia de quimioluminescência, em doadores atendidos nas 12 unidades do Grupo GSH em 2024. As unidades estão localizadas em São Paulo (capital e interior), Santo André (ABC Paulista), Rio de Janeiro (capital e interior), Brasília (DF), Recife (PE), Salvador (BA) e Teresina (PI). As amostras foram processadas pelo Laboratório Integrado de Análises Clínicas (LIAC). Foram considerados positivos os casos reagentes e indeterminados, conforme os critérios institucionais. Os dados, extraídos de sistema informatizado interno, incluíram número de doações, sexo, idade e frequência de casos por região, possibilitando comparações de positividade e análise regional.
ResultadosEm 2024, foram realizadas 152.010 doações, com 134 resultados reagentes ou indeterminados para HIV 1 e 2, o que corresponde a uma prevalência geral de 0,088%. A análise por sexo, a maioria dos casos ocorreu entre homens (n=107; 79,9%) do que em mulheres (n=27; 20,1%). A faixa etária com maior prevalência foi de 20 a 29 anos (n=52; 38,8%). Seguiram-se as faixas: 30 a 39 (26%), 40 a 49 (18%), 50 a 59 (9%), 60 a 69 (5,2%) e 16 a 19 anos (3%). Regionalmente, o Rio de Janeiro registrou o maior número de casos (n=44; 32,8%), seguido por São Paulo (n=39; 29,1%), Piauí (n=18; 13,4%), Bahia (n=15; 11,2%), Pernambuco (n=14; 10,5%) e Distrito Federal (n=4; 3%). Destaques incluem Nova Iguaçu (RJ), com 17 casos em 9.255 doações, e Teresina (PI), com 18 casos em 8.126 doações.
Discussão e conclusãoA prevalência geral de 0,088% está em consonância com a literatura. A maior ocorrência entre homens e jovens de 20 a 29 anos reforça achados anteriores sobre a vulnerabilidade desses grupos. As diferenças regionais, com destaque para Rio de Janeiro e Piauí, podem refletir fatores sociais, culturais e operacionais, ressaltando a importância da vigilância epidemiológica e de estratégias locais de prevenção. O estudo evidenciou baixa prevalência de anticorpos anti-HIV em doadores do Grupo GSH, indicando eficácia na triagem. As variações por região e idade reforçam a necessidade de ações preventivas focadas, sobretudo para jovens e áreas com maior incidência. A segurança transfusional depende da integração entre triagem laboratorial eficiente, educação em saúde, políticas públicas e monitoramento contínuo.




