HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA transfusão sanguínea é uma intervenção médica amplamente utilizada no tratamento de diversas condições clínicas, desde anemias até o suporte em procedimentos cirúrgicos complexos. Um dos maiores desafios na hemoterapia é a ocorrência de aloimunização, processo no qual o organismo desenvolve anticorpos contra antígenos eritrocitários que não possui, desencadeado por transfusões prévias, gestações ou transplantes. A detecção de aloanticorpos através da Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI) e a Identificação de anticorpos irregulares (IAI) são importantes para garantir a segurança transfusional, pois permite a seleção de unidades de sangue fenotipicamente compatíveis, prevenindo assim Reações Transfusionais Hemolíticas (RTH).
ObjetivosAnalisar e identificar os aloanticorpos mais frequentes entre os pacientes atendidos pela Agência Transfusional do Hemocentro do HCFMB.
Material e métodosFoi realizado um estudo transversal retrospectivo quantitativo dos registros de PAI positivos e Identificação de anticorpos irregulares definidos de pacientes atendidos pela Agência transfusional do HCFMB no período de 01 de janeiro de 2023 a 31 de maio de 2025.
Discussão e conclusãoForam avaliados 229 pacientes com aloimunização com as seguintes especificidades identificadas sendo os mais frequentes: 65 (28%) pacientes com anti-E, 38 (16%) pacientes com anti-D e 31 (13%) com anti-K. Os outros aloanticorpos observados foram: anti-M (10%), anti-C (9%), anti-c (8%), anti-Fya (5%), anti-Jka (4%), anti-Dia (3,4%), anti-Lea (3%), anti-S (2,6), anti-P1 (2,6%), anti-Leb (2,1%), anti-Kpa (1,7%), anti-e (1,7%) anti-Jkb (1,3%), anti-s (0,8%), anti-N (0,8%), anti-Cw (0,4%), anti-Ch/Rg (0,4%) e anti-Gya (0,4%). Os resultados descritos estão em consonância com a literatura que aponta os aloanticorpos dos sistemas Rh e Kell como os mais prevalentes. Os demais aloanticorpos citados apresentam frequências menores, porém, a detecção desse espectro tão amplo ressalta a complexidade dos pacientes atendidos e a importância da compatibilidade para os outros sistemas sanguíneos. Ademais o conhecimento da frequência dos aloanticorpos impacta diretamente na disponibilização de bolsas compatíveis no estoque para transfusões seguras e na relevância de se realizar transfusões com fenótipos compatíveis.




