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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 270
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ANÁLISE COMPARATIVA DE ANTICORPOS BIESPECÍFICOS ANTI-BCMA NO TRATAMENTO DO MIELOMA MÚLTIPLO RECIDIVANTE OU REFRATÁRIO: ELRANATAMAB VERSUS TECLISTAMAB
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VF Da Silva, ACM Sá, MLL Borella
Rede Americas, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

O mieloma múltiplo recidivante ou refratário é um desafio terapêutico. Anticorpos biespecíficos surgiram como uma nova classe de medicamentos, que utiliza o sistema imunológico do paciente para combater células tumorais.

Objetivos

Analisar comparativamente elranatamab e teclistamab, dois anticorpos biespecíficos anti-BCMA presentes no mercado brasileiro, avaliando custos diretos de tratamento e protocolos de administração, para auxiliar na tomada de decisão clínica.

Material e métodos

O trabalho se classifica como um estudo observacional comparativo entre elranatamab e teclistamab, utilizados no tratamento de mieloma múltiplo recidivante ou refratário. Os dados foram obtidos da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (julho/2025) e bulas registradas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A análise farmacoeconômica considerou os custos diretos para paciente padrão de 80 kg, incluindo escalonamento de dose conforme protocolos estabelecidos e monitoramento hospitalar necessário. Foram avaliados dois cenários distintos: custo por miligramagem e custo por frasco (vial), considerando as perdas inerentes ao manuseio prático dos medicamentos. O tempo de internação inicial foi quantificado para ambos os tratamentos, incluindo os custos indiretos associados à ocupação de leitos e recursos de enfermagem. A análise contemplou os dois primeiros meses de tratamento, período crítico para estabelecimento da terapia e monitoramento de toxicidades. Os custos foram expressos em reais (R$) e as diferenças percentuais calculadas para comparação direta entre as opções terapêuticas. A metodologia permitiu identificar não apenas os custos nominais dos medicamentos, mas também o impacto das perdas operacionais e custos indiretos na viabilidade econômica de cada alternativa terapêutica.

Discussão e conclusão

Os resultados evidenciaram complexidade na escolha farmacoeconômica entre teclistamab e elranatamab. No primeiro mês, o teclistamab apresentou custo inicial inferior por miligramagem (R$ 99.140,71 versus R$ 104.575,72), representando economia de 5,2%, mantendo vantagem no segundo mês (R$ 93.528,97 versus R$ 116.878,74), com economia de 20%. Contudo, exige maior tempo de internação inicial (144h versus 96h), impactando custos indiretos. A análise por frascos revelou cenário inverso: no primeiro mês, o teclistamab tornou-se superior (R$ 130.940,82 versus R$ 121.492,36), refletindo aumento de 7,78% devido às perdas de medicamento. No segundo mês, manteve-se superior (R$ 119.249,44 versus R$ 116.878,74), acréscimo de 2,03%. A vantagem econômica inicial do teclistamab por miligrama foi neutralizada pelas perdas associadas ao uso real de frascos. Conclui-se que a escolha deve ser individualizada, considerando custos diretos e indiretos relacionados ao manejo de toxicidades, tempo de internação e recursos hospitalares. O elranatamab, apesar do custo superior por miligramagem, demonstra custo por frasco mais vantajoso, menor tempo de internação e melhor eficiência operacional na implementação clínica prática.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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