Compartilhar
Informação da revista
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 853
Acesso de texto completo
ALOIMUNIZAÇÃO ERITROCITÁRIA EM PACIENTE POLITRANSFUNDIDO: DESAFIO NA COMPATIBILIDADE SANGUÍNEA
Visitas
25
RLdM Neves, VPCd Santos
Grupo Gestor de Hemoterapia ‒ Grupo GSH, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

Mais dados
Introdução

A aloimunização eritrocitária é uma complicação frequente em pacientes politransfundidos, representando um desafio significativo para a compatibilidade sanguínea. Este artigo relata o caso clínico de uma paciente com anemia grave, com relato de transfusão anteriormente em 2023 com histórico de PAI negativo no cadastro, que desenvolveu aloanticorpo anti-Fya, dificultando a preparação de hemocomponentes compatíveis. O caso ilustra a importância da identificação precoce de anticorpos irregulares como estratégias para prevenir complicações transfusionais e garantir a segurança do paciente. A transfusão de hemocomponentes é uma terapêutica essencial, especialmente em pacientes com doenças hematológicas crônicas. No entanto, a exposição repetida a antígenos eritrocitários diferentes dos próprios pode induzir a formação de anticorpos, levando à aloimunização. Esta resposta imune complica futuras transfusões, podendo causar reações hemolíticas e dificultar a busca por unidades compatíveis. A aloimunização é particularmente prevalente em pacientes politransfundidos e pode ser evitada com a adoção de medidas preventivas como a tipagem eritrocitária estendida antes da primeira transfusão.

Descrição do caso

Paciente do sexo feminino, 53 anos, com anemia grave com necessidade transfusional. Em 2023 recebeu 6 concentrados de hemácias devido a quadro de anemia ferropriva, nestes atendimentos não havia presença de aloanticorpos. Histórico gestacional ignorado. Durante uma nova internação em 2025 por fadiga e indicação de transfusão, os exames mostraram: Hemoglobina: 5 g/dL; Tipagem ABO/Rh: O positivo Prova de compatibilidade cruzada: compatível; Pesquisa de anticorpos irregulares: positiva; Painel de identificação: anti-Fya Foi realizada fenotipagem eritrocitária do paciente, e iniciada busca por bolsas fenotipadas compatíveis. Após 24 horas, foram encontradas duas unidades compatíveis, que foram transfundidas com boa resposta clínica e laboratorial.

Conclusão

A aloimunização ocorre quando o sistema imune do receptor reconhece antígenos eritrocitários do doador como estranhos e produz anticorpos. Essa situação é mais frequente em pacientes submetidos a múltiplas transfusões, como os com anemia aplástica, talassemia, anemia falciforme e outras hemopatias crônicas. Neste caso, a ausência de tipagem eritrocitária estendida desde o início do tratamento levou ao desenvolvimento de aloanticorpos. Hemácias Fya negativas não são comuns, o que limita significativamente a disponibilidade de unidades compatíveis. Caso o paciente esteja grave, este atraso pode gerar dano ao paciente e adicionar morbidade ao seu quadro. A repetição de estímulos antigênicos pode aumentar o risco de formação de outros aloanticorpos, tornando a compatibilidade mais complexa. A aloimunização eritrocitária é um fenômeno clínico relevante que pode comprometer a eficácia e segurança da terapia transfusional. O presente caso reforça a importância de políticas de prevenção baseadas na tipagem eritrocitária estendida, especialmente em pacientes com histórico de transfusões múltiplas. A integração entre serviços hospitalares e hemoterápicos é fundamental para o manejo adequado desses pacientes.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas