HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosAs talassemias são hemoglobinopatias autossômicas recessivas que afetam a produção de hemoglobina alfa ou beta normais. Por se tratar de uma doença genética, os genes das globinas em diferentes combinações, podem levar a diversas variações da doença talassêmica, incluindo as formas mais graves de manifestação, devido à síntese reduzida ou ausente das cadeias α- ou β-globinas que constituem a hemoglobina (Hb). Diante de tantas variações de mutações, o diagnóstico laboratorial é essencial para auxiliar no tratamento e manejo da qualidade de vida do paciente, visto que as formas mais graves da talassemia exigem transfusões e terapias de quelação de ferro por toda a vida do paciente. Embora essas opções continuem sendo o padrão de tratamento, surge a necessidade de buscar mais abordagens genéticas e até mesmo farmacológicas como um potencial terapêutico nas talassemias. Como novidades, temos de exemplos a edição de genoma com CRISPR e o avanço no uso de microRNAs (miRNAs), cuja modulação dos mesmos oferece uma nova perspectiva terapêutica para regular atividades como a produção de hemoglobina fetal e a melhora da eritropoiese.
ObjetivoAnalisar as doenças talassêmicas e as possíveis terapias utilizando técnicas com miRNAs.
Material e métodosO modelo metodológico utilizado para a escrita do artigo é o de revisão de literatura. Para a sua elaboração, as coletas de dados foram feitas na base PubMed. Obteve-se o total de cinco artigos em inglês, publicados entre 2020 e 2024. Como critérios de inclusão para a revisão de literatura foram selecionados artigos que abordassem os seguintes termos: hemoglobinopatias, talassemia, miRNA, terapias com miRNA, diagnóstico.
Discussão e conclusãoCom a análise da literatura, há pesquisas recentes que apresentam miRNAs que podem ser regulados positivamente ou negativamente em talassemias, o que pode influenciar a gravidade da doença. Um exemplo é a β-talassemia, onde o miR-15a, juntamente com outros membros de sua família, como o miR-16-1, que são acentuadamente diminuídos em eritroblastos de pacientes com essa condição. Outro miRNA crítico deficiente na β-talassemia é o miR-451, cujos níveis podem influenciar a gravidade da doença com base em estudos em modelos murinos. Estudos recentes estão revelando miRNAs desconhecidos que ajudarão a identificar novas redes regulatórias para desenvolver novas terapias. As terapias dos miRNAs, modulando a eritropoiese, ajudaria a melhora da anemia da β-talassemia, mas isso ainda requer um estudo aprofundado para saber quais miRNAs poderiam interferir na conversão e regulação dos níveis de HbF pós-natal, por exemplo. Os miRNAs podem superar as atuais limitações de tratamentos, protegendo os pacientes da eritropoiese ineficaz. A combinação de novas terapias pode fornecer melhora nos resultados, qualidade de vida, além de expandir as opções de tratamento.




