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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
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(Outubro 2025)
ODONTOLOGIAID - 924
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ABORDAGEM ODONTOLÓGICA DE COMPLICAÇÕES ORAIS TRAUMÁTICAS EM PACIENTE SUBMETIDO A TRANSPLANTE HAPLOIDÊNTICO: RELATO DE CASO
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BE Costaa, LB Zawadniaka, MEDMB Chavesa, RLS Barbosaa, MRD Araujob, JL Schusselb
a Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil
b Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

Pacientes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) estão suscetíveis a diversas complicações orais, tanto relacionadas ao regime de condicionamento quanto a intervenções invasivas hospitalares, como a intubação orotraqueal. A atuação odontológica, quando precoce e integrada ao cuidado multidisciplinar, pode prevenir agravos, melhorar o conforto e impactar positivamente os desfechos clínicos. Objetivo: Relatar a conduta odontológica aplicada ao manejo de xerostomia medicamentosa e lesões traumáticas em cavidade oral, em paciente internado para TCTH haploidêntico com finalidade curativa.

Descrição do caso

Paciente de 61 anos, sexo masculino, com diagnóstico de anemia aplástica severa, foi submetido a TCTH haploidêntico aparentado. Durante a internação, desenvolveu xerostomia intensa, atribuída à polifarmácia, e apresentou lesões traumáticas em mucosa oral decorrentes da intubação orotraqueal. A conduta odontológica inicial consistiu na implementação de medidas preventivas e educativas, adaptadas à condição clínica e socioeconômica do paciente, com uso de escova de cerdas macias, dentifrício fluoretado infantil, bochechos com clorexidina 0,12% e lubrificante oral à base de água. Foi instituída laserterapia de baixa potência como profilaxia para mucosite. Após a extubação, identificaram-se lacerações em palato duro, língua, mucosa jugal e labial, as quais comprometeram significativamente a função oral, impossibilitando inclusive a ingestão de água. Diante do quadro, uma avaliação interprofissional foi conduzida e foi estabelecido protocolo terapêutico com higiene oral supervisionada duas vezes ao dia e desbridamento mecânico suave com solução de glicerina e água filtrada, que também atuou como agente umectante, visto a contraindicação do uso de fotobiomodulação e risco de sangramento por quadro de plaquetopenia persistente. Observou-se boa adesão ao tratamento, com melhora clínica significativa das lesões em quatro dias.

Conclusão

A intervenção odontológica precoce e individualizada foi fundamental para o alívio sintomático, controle da inflamação local e prevenção de infecções secundárias, favorecendo a recuperação clínica do paciente e possivelmente contribuindo para a redução do tempo de internação. Este relato ressalta o papel estratégico do cirurgião-dentista hospitalar como integrante da equipe multiprofissional em hemato-oncologia, sobretudo diante de intercorrências não previstas, como os traumas orais de origem iatrogênica. A presença de equipe odontológica qualificada no ambiente hospitalar onco-hematológico é estratégica para o manejo de complicações orais, contribuindo para melhores desfechos clínicos, conforto do paciente e preservação da função oral. Relatos como este reforçam a necessidade de protocolos integrados de cuidado que incluam a Odontologia de forma ativa e sistemática no contexto do TCTH.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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