HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA transfusão de sangue é uma terapia eficaz contra a hipóxia tecidual, mas oferece riscos, especialmente para pacientes politransfundidos com alo ou autoanticorpos. O Monocyte Monolayer Assay (MMA) é um ensaio funcional in vitro que prevê a sobrevida de eritrócitos transfundidos. Esse teste é crucial para diferenciar anticorpos clinicamente significativos dos não significativos, auxiliando a determinar o risco de uma reação transfusional hemolítica, principalmente em pacientes com múltiplos anticorpos ou anticorpos contra antígenos de alta frequência, para os quais não se encontram hemocomponentes compatíveis.
ObjetivosDescrever os principais benefícios da implantação do MMA na compreensão da resposta clínica do anticorpo presente no paciente.
Material e métodosRevisão integrativa da literatura que compilou artigos publicados nos anos de 2020 a 2025 que relatam a eficácia do método. Foram utilizados os seguintes descritores: “MMA”, “Transfusão”, “Incompatibilidade Sanguínea”, “Anticorpo”. Foram incluídos artigos originais e metanálises que descrevem o método do MMA.
ResultadosOs estudos demonstram a eficácia do MMA para prever a significância clínica de alo e autoanticorpos em transfusões. No Brasil, uma tese da UFMG validou o ensaio na Fundação Hemominas para distinguir anticorpos significantes, aumentando a segurança. Outro estudo brasileiro, na Hematology, Transfusion and Cell Therapy (HTCT), mostrou a aplicação do MMA para prever a síndrome de hiperemólise em anemia falciforme, reforçando seu uso como segundo teste de compatibilidade. Um estudo de 2021 concluiu que o MMA pode ser uma alternativa na pré- transfusão quando não há unidades antígeno-negativas, prevendo o destino in vivo das hemácias. Outra pesquisa da HTCT relatou que um Índice Monocitário (MI) acima de 5% é um forte preditor de reações hemolíticas.
DiscussãoA análise dos artigos revisados revela que o MMA é um complemento crucial aos testes sorológicos tradicionais, como o Teste de Antiglobulina Indireta (TAI), que apenas detectam a presença do anticorpo, mas não avaliam sua capacidade funcional de causar hemólise. O MMA simula o processo biológico de fagocitose, fornecendo uma medida mais direta do potencial destrutivo do anticorpo. Isso é particularmente útil em casos complexos, como em pacientes politransfundidos, com aloimunização múltipla, ou com anticorpos contra antígenos de alta frequência, onde a disponibilidade de sangue compatível é um grande desafio.
ConclusãoO MMA é uma técnica robusta e clinicamente relevante para a medicina transfusional. A sua eficácia em prever o risco de reações transfusionais hemolíticas, validada por estudos no Brasil e no mundo, demonstra que o MMA é uma ferramenta indispensável para a gestão de pacientes complexos, permitindo uma seleção de hemocomponentes mais segura e direcionada.




